sábado, 26 de junho de 2010

Aculturação

Aculturação... um pouco de seu conhecimento

Aculturação é um termo cunhado inicialmente por antropólogos norte-americanos, muito útil para tratar de reflexões sobre as mudanças que podem acontecer em uma sociedade diante de sua fusão com elementos externos.

Segundo o historiador francês Nathan Watchel, aculturação é todo fenômeno de interação social que resulta do contato entre duas culturas, e não somente da sobreposição de uma cultura a outra.

Já Alfredo Bosi em "Dialética da colonização" afirma que esse fenômeno provém do contato entre sociedades distintas e pode ocorrer em diferentes períodos históricos, dependendo apenas da existência do contato entre culturas diversas, constituindo-se, assim, um processo de sujeição social.

A maioria dos autores acredita que a aculturação é sempre um fenômeno de imposição cultural. Ver SILVA, K.V; SILVA, M.H.Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2006. Trata-se de aculturação quando duas culturas distintas ou parecidas são absorvidas uma pela outra formando uma nova cultura diferente. Além disso, aculturação pode ser também a absorção de uma cultura pela outra, onde essa nova cultura terá aspectos da cultura inicial e da cultura absorvida. Um exemplo é a cultura brasileira que adquiriu traços da cultura de Portugal, da África, que juntamente com a cultura indígena formou-se a cultura brasileira.

Com a crescente globalização a aculturação vem se tornando um dos aspectos fundamentais na sociedade. Pela proximidade a grandes culturas e rapidez de comunicação entre os diferentes países do globo cada cultura está perdendo sua identificação cultural e social aderindo em parte a outras culturas. Um exemplo disso é cultura ocidental similar em muitos países. Mesmo assim a aculturação não tira totalmente a identidade social de um povo, crendo-se que talvez no futuro não exista mais uma diferença cultural tão acentuada como a aquela que hoje ainda se observa entre alguns países.

significado: Nome que se dá ao grupo de fenômenos decorrentes do contato direto de integrantes de várias culturas, ou seja, o processo de aquisição através do contato dos elementos culturais de um grupo com uma cultura com elementos de um grupo de outra cultura. Pode ser também entendido como os processos pelos quais as pessoas aprendem os padrões de comportamento do seu grupo social

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

sábado, 19 de junho de 2010

O modo de falar do brasileiro: variações linguísticas


O modo de falar do brasileiro: variações lingüísticas

Entende-se por variação lingüística os vários falares entre falantes de uma língua. Toda língua natural tem suas variações. Em se tratando da língua portuguesa, pode-se citar como uma das principais variações a diferença entre os falares do Brasil e de Portugal.

No Brasil temos muitos falares. Essa variação é justificada não apenas pelo fato histórico, que, necessariamente, leva a profundas transformações qualquer língua, como também pelas diferenças regionais, sociais, grau de escolaridade, sexo e principalmente pelas categorias profissionais.

Dentro de uma mesma região, as pessoas formam pequenas comunidades que acabam criando, por repetição de hábitos e tendências, suas características, até não entendível por outras comunidades: presidiários, internautas, trabalhadores rurais, os urbanos, os políticos, etc. O que é muito importante compreender é que essas variações não devem ser vistas como 'erro' e sim – variações.

Até mesmo a questão do uso da 'Norma-não-padrão' não pode ser discriminada. Muitas vezes, ela prende-se à raízes perfeitamente históricas e à leis que a própria língua protege, tais como, economia, suficiência e necessidade.

A variação lingüística, porém, não torna a língua melhor ou pior nem mais bonita. Simplesmente aproxima o indivíduo de uma melhor compreensão do mundo e sua relação no meio em que vive.

sábado, 12 de junho de 2010

Existe uma "Lingua brasileira?"


Existe uma “Língua brasileira?”

Vou tentar responder objetivamente e com a maior simplicidade possível. Aqui no Brasil, nós ainda falamos a língua portuguesa. Temos, na minha opinião, um falar brasileiro, que seria um modo brasileiro de usar a língua portuguesa.

É importante lembrar o que afirmaram alguns estudiosos: o professor Antenor Nascentes não falava em língua brasileira, e sim em "idioma nacional"; o mestre Gladstone Chaves de Melo falava em língua comum e variantes regionais; e o grande filólogo Serafim da Silva Neto afirmou que o português culto do Brasil é quase igual ao português culto de Portugal. Isso significa, portanto, que as diferenças maiores estão na linguagem do dia-a-dia.

O jornalista Barbosa Lima Sobrinho, no livro A língua portuguesa e a unidade do Brasil , resume bem: "Em poucas palavras, existe unidade na variedade de normas e de usos lingüísticos. E isso porque, se os morfemas gramaticais permanecem os mesmos, a língua não mudou, a despeito de qualquer variação de pronúncia, de vocabulário ou mesmo de sintaxe."

O que existe na verdade são variantes lingüísticas:
- variantes geográficas: nacionais (Brasil, Portugal, Angola...) e regionais (falar gaúcho, mineiro, baiano, pernambucano...);
- variantes socio-econômicas (vulgar, popular, coloquial, culta...);
- variantes expressivas (linguagem da prosa, linguagem poética).

Quem estiver interessado em ver o assunto analisado com maior profundidade poderá consultar os respeitadíssimos Celso Cunha e Lindley Cintra, na Nova Gramática do Português Contemporâneo , e a Moderna Gramática Portuguesa do nosso querido e eterno mestre Evanildo Bechara.

O importante mesmo é respeitar as diferenças, sejam fonéticas, semânticas ou sintáticas. Vejamos rapidamente algumas diferenças entre o português do Brasil e o de Portugal.

Uma diferença fonética bem "visível" é a pronúncia da vogais. Aqui no Brasil, nós pronunciamos bem todas as vogais, sejam tônicas ou átonas. Em Portugal, a tendência é só pronunciar bem as vogais tônicas. As vogais átonas são verdadeiramente átonas (= fracas). Uma conseqüência disso é a colocação dos chamados pronomes átonos (me, te, se, o, lhe, nos...). Em Portugal, por ter a pronúncia fraca, não se põe o pronome átono no início da frase: "Dê-me um cigarro"; no Brasil, como as vogais átonas são pronunciadas como se fossem tônicas, não temos nenhuma dificuldade em pôr os pronomes átonos no início da frase: "Me dá um cigarro". É assim que o brasileiro fala. E quando me refiro ao brasileiro, estou falando do brasileiro em geral, de todos os níveis sociais e culturais. Não estou fazendo referência ao "povo" com aquela conotação pejorativa e discriminatória que alguns ainda atribuem à palavra.

Diferenças semânticas existem muitas. Algumas famosas já viraram até piada. Em Portugal, "uma bicha enorme" não é nada mais do que "uma fila imensa", sem nenhuma outra conotação que algum brasileiro queira dar.

E diferenças sintáticas também existem. No Brasil, nós preferimos o gerúndio ("Estamos trabalhando"); em Portugal, preferem o infinitivo ("Estamos a trabalhar"). No Brasil, gostamos da forma "você"; em Portugal, usam mais o pronome "vos": "Se eu lesse para você" e "Se eu vos lesse". Aqui "falar consigo" é "falar com si mesmo"; em Portugal "falar consigo" é "falar com você". Em Portugal, é freqüente o uso de "mais pequeno"; no Brasil, aprendemos que o certo é falar "menor", que "mais pequeno" é "errado".

E assim voltamos ao ponto de partida: a eterna briga do certo e do errado. Espero que me perdoem pela repetição, mas não é uma questão simplista de certo ou errado. É uma questão de adequação. Usar "mais pequeno" no Brasil é tão inadequado quanto iniciar uma frase com um pronome átono em Portugal.
Por que eu teria de afirmar que alguém está falando "errado" quando o carioca fala "sinal", o paulista prefere "farol" e o gaúcho usa "sinaleira"? Afinal das contas, é tudo semáforo.

Fonte: Jornal do Brasil – 25/06/2000
Prof. Sérgio Nogueira Duarte

sábado, 5 de junho de 2010

Idioma predominante: o falar brasileiro


Idioma predominante: o falar brasileiro

O famoso professor Pasquale Cipro Neto e sua luta (de tempos!) contra o gerundismo, o famoso, Ministro Aldo Rebelo e sua luta, desde a Câmara dos Deputados, pela forma correta de falar o idioma pátrio. O português.

Aí é em minha modesta opinião que se inicia o grande erro. Por isso o enorme esforço que ambos vêm realizando, em todas as oportunidades que têm, para que nós brasileiros falemos todos - mesmo que não completamente - um correto português.

O erro é que: se somos brasileiros nossa língua é brasileira e devemos falar o idioma brasileiro, da mesma forma que portugueses falam português, franceses falam francês, italianos falam italiano, japoneses falam japonês e por ai vai.

Nunca vai dar certo brasileiro falar português! Primeiro porque não sentimos como nossa língua, a língua que falamos, e sim de outro, o estrangeiro (no caso o português), o que acredito, sedimenta o sentimento de usurpação, dos primórdios da colonização. Segundo porque o idioma português não é o idioma brasileiro, que tem “dialetos” diferentes no País, devido às suas características regionais. Terceiro porque importamos palavras de diferentes países, mas com grande destaque para o inglês, haja vista os delivery, off , trade, edge etc.

Para exemplificar as diferenças do português “legítimo”, uma das mais comuns é bicha, que para nós brasileiros significa um tipo de verme ou um rótulo advindo de uma opção sexual, enquanto que para os portugueses é uma fila de espera.

Além desses exemplos temos muitos outros como o mouse para computadores, que em brasileiro foi importado do inglês (mouse mesmo) e que o português chama de rato. Além do pois sim deles que é sim, e o pois não nosso é que sim.

Aqui no Brasil, mano na Região Norte, é qualquer pessoa, amigo íntimo ou não, na Região Sudeste pode ser cara no Rio de Janeiro, amigo, ou tio em São Paulo, ocê ou criatura em Minas Gerais.

Na Região Sul, guri ou guria não é usado apenas para crianças, qualquer pessoa pode ser, enquanto muitos se tratam por meu velho, minha velha ou mãe e pai, enquanto são na verdade casais de qualquer idade, além do tchê.

Já no Nordeste se usa cabra, para certos casos, amigo para outros, e de um insignificante turista você vira Doutor, ou Doutora, por todos aqueles que lhe prestam serviços em hotéis, táxis e cabanas beira-mar.

Além desses exemplos teríamos muitos outros, adaptados à nossa brasileira forma de ser, entender e conhecer as coisas da vida, importados de ingleses, americanos, franceses, espanhóis, holandeses como também dos portugueses, africanos, além dos índios (que já viviam aqui).

Para mim é muito claro.

Enquanto essa coisa que não é nossa, mal definida, dúbia na identidade – língua portuguesa – idioma português – continuar assim, estaremos sujeitos às importações delivery, gerundismos e outras tão abominadas por brasileiros como atual Ministro Aldo Rebelo, o Professor Pasquale Cipro Neto e modestamente eu e, tenho certeza, muitos outros brasileiros.

“A gente pensa” pensa que a globalização se deu só no mundo dos negócios, enganamo-nos. A globalização envolveu também os idiomas pátrios, daí as importações grotescas tipo disk isso, disk aquilo, que nem os estrangeiros sabem o que é. Só enfraquecemos nosso próprio idioma e com a forma de expressão nosso patriotismo.

Por este motivo, aliás, o inglês é apenas umas das diversas línguas que devemos saber hoje, como espanhol, francês, chinês e tantas outras que interessam ao nosso País.

Já pararam para pensar? Se começamos a adaptar ou importar expressões chinesas? Um exemplo: ma em mandarim - que é o idioma predominante chinês e que possui muitos dialetos – dependendo do tom que você fala pode significar “cânhamo”, “mãe” ou “cavalo”....

É imperioso e necessário que se crie já, a consciência da língua brasileira, do idioma brasileiro caso contrário “estaremos importando uma língua, que seremos obrigados a falar assim: vou estar telefonando para algum planeta, para estar solicitando uma pizza delivery, pelo disk-pizza”, ou ainda “caso contrário me inclua fora dessa”, ou então “between, between my well”, este último em out-doors de escolas de inglês...

Ou então “esse filé dá satisfeitamente pra duas pessoas comê”. Já aconteceu comigo, quando a trabalho por esse “brasilzão”, já ouviram isso?

Deixo de falar do tupi-guarani e outras línguas ou dialetos indígenas, porque os considero brasileiros, assim como se lê em capas de dicionários: ...Dicionário da língua brasileira...

Um último alerta, os moçambicanos não se sentem portugueses, os angolanos não se sentem portugueses, os nascidos em São Tomé e Príncipe, Macau, da mesma forma que os brasileiros não se sentem portugueses, e isso não é entrave para os progressos da CPLP.

Alô, Alô, Marciano, aqui quem fala é a terra....
...até a próxima!!!!!!!

sábado, 29 de maio de 2010

Identidade cultural: língua e religião


Identidade cultural (língua e religião)

A identidade cultural de um país pode ser caracterizada por vários aspectos, porém os mais percebidos e importantes são respectivamente a língua (idioma predominante) e a religião (religião predominante), esses são elementos culturais que diferenciam as sociedades espalhadas pelo mundo.
A língua é o principal mecanismo de comunicação no convívio humano, por possibilitar as relações afetivas e ideológicas dentro de um grupo ou fora dele. Hoje são faladas aproximadamente 3 mil línguas e 7 mil dialetos em todo planeta, mas as seis mais faladas representam um terço do total da população planetária.
Dentre as línguas mais faladas no mundo, destaca-se:
- Mandarim: língua mais falada no mundo, há aproximadamente 1 bilhão de falantes. Essa língua é natural da China, país que conta com a maior população do mundo, e é justamente por isso que a língua é a mais falada.
- Inglês: segundo idioma mais falado em número de pessoas, no entanto, é o mais aceito no mundo, hoje cerca de 508 milhões de pessoas falam a língua inglesa.
- Hindi: cerca de 487 milhões de pessoas utilizam esse idioma, que é o oficial da Índia. Falado por 18% do contingente populacional indiano.
- Espanhol: o berço da língua é a Espanha, além da grande parte dos países da América Latina, somando toda a população dos países que têm o idioma como oficial totalizam aproximadamente 417 milhões de pessoas.
- Bengali: esse idioma é falado no território indiano, no entanto, não se enquadra como língua oficial, apesar disso cerca de 211 milhões de pessoas a utilizam.
- Português: o berço da língua portuguesa é Portugal, porém é mais falado no Brasil, nesse a população atinge a marca de aproximadamente 180 milhões de pessoas. No mundo cerca de 191 milhões de pessoas falam o português.
Como foi apresentado, o Mandarim é a língua mais utilizada, porém só é difundido na China, país mais populoso do mundo. Mas a língua que possui maior destaque é o inglês, pois é bastante difundido nos veículos de comunicação de escala internacional (revistas, jornais, filmes, músicas e internet).
A religião desenvolve também as características de um povo, pois através dela é possível que um povo apresente sua fé, sua crença e seus costumes. Dentre todas as religiões praticadas no mundo as que possuem maior número de seguidores são: cristianismo com 2 bilhões, islamismo com 1,2 bilhão, hinduísmo com 811 milhões e o budismo com 360 milhões de pessoas.

sábado, 22 de maio de 2010

A cor da cultura


A cultura no Brasil em evolução

Em 1902, o afro-descendente Rodrigues Alves assumia a Presidência da República. No entanto, foi exatamente na gestão desse afro-descendente que o Brasil começou a pôr em prática, a partir de sua capital, um programa cultural visando europeizar-se de vez. Desde a abolição, a elite se empenhava em construir a nação que sempre pretendeu. Nela, a cultura africana e mesmo a presença negra eram indesejadas. Afinal, não era animador pensar no futuro de um país de “selvagens inferiores” e “negros boçais e degenerados”, nas palavras de um literato como José Veríssimo (1857-1916).

Apesar disso, os descendentes dos antigos escravos buscaram a auto-afirmação e a inclusão social por meio de suas práticas culturais. O tempo que transcorreu da abolição até o recenseamento da população, em 1920, foi, para artistas e intelectuais afro-descendentes, um período de intensa atividade. Escrevendo e atuando em dezenas de montagens teatrais em circos cariocas e pelo Brasil, Benjamin de Oliveira, o “palhaço negro”, cria o teatro popular brasileiro, tão importante à época quanto a televisão em nossos dias.

Da mesma forma, o período marca o apogeu de Eduardo das Neves, adversário porém amigo de Benjamin; da compositora Chiquinha Gonzaga; do compositor e regente Paulino Sacramento; do jornalista Francisco Guimarães, o Vagalume, pioneiro da crônica carnavalesca; de Zeca Patrocínio, pioneiro do cinema brasileiro; de Hemetério dos Santos, autor da primeira gramática da língua portuguesa, bem como o surgimento de Pixinguinha e Grande Otelo, para ficar só nesses exemplos.

Nessa época, se fortalecem e se difundem no eixo Salvador-Rio de Janeiro, por intermédio da ialorixá Mãe Aninha, as bases do culto aos orixás jeje-nagôs, o mais forte traço da africanidade brasileira. Enquanto isso, os batuques bantos recriados no meio rural completam o amálgama do qual nasceu o samba.

Era a cultura brasileira se plasmando pelas mãos da “gente de cor”. Logo depois, todo esse universo de ações e intenções seria apropriado, e mais tarde sufocado, pela indústria cultural globalizada.

Na cena cultural brasileira de hoje, pretos e mulatos somos, quando muito, coadjuvantes, contando-se nos dedos aqueles de nós que chegam ao protagonismo. E dos que chegam, boa parte tem que abrir mão de sua essência e de sua afro-descendência, tolhidos por modernas formas de escravidão, cativos da mídia e do mercado – que ainda nos querem do jeito que a sociedade brasileira nos queria cem anos atrás.

sábado, 15 de maio de 2010

A influência da TV na vida das pessoas

...e revisitando identidade e cultura de massa

Tire a televisão de dentro do Brasil e o país desaparece”, diz Eugênio Bucci, presidente da Radiobrás, co-autor do livro Videologias e ex-diretor de redação da revista Superinteressante. O assunto a ser tratado neste texto é justamente ela, a televisão. Um aparelho que está presente, direta ou indiretamente, na vida de todos e que exerce um papel determinante na formação e nas atitudes de toda a sociedade, exercendo fascínio em uns e repulsa em outros. A televisão, hoje, mostra o mundo ao vivo e a cores.

Atualmente as pessoas utilizam os meios de comunicação como meio de companhia na sociedade individualista em que vivem. A televisão preenche o vazio social e é utilizada pela maioria das pessoas como uma fuga para as dificuldades do cotidiano. Os problemas do dia-a-dia são maquiados pela diversão televisiva.

Aquilo que é apresentado na telinha torna-se verdade absoluta para aqueles que não possuem outros referenciais informativos ou repertório que lhes permita fazer uma leitura crítica do meio. Neste caso, portanto, a TV é um meio de comunicação que dita regras, modas e estilos.

Os comportamentos também são alterados pelo que é veiculado neste meio. Desde o uso de uma simples roupa até uma mudança na escolha política, a televisão é apontada por muitas pessoas como o indicador dos caminhos a serem seguidos. Muitos estudiosos e especialistas afirmam que a televisão é um meio que não possibilita a interatividade do telespectador. As pessoas tornam-se passivas perante suas transmissões. Mas isso pode ser modificado a partir do momento em que a sociedade se tornar consciente dos seus direitos, interferindo ativamente na programação ou no que é veiculado.

A televisão tem um papel importante na formação das pessoas e pode levá-las a refletir sobre a vida e sobre a sociedade em que vivemos. As crianças e os adolescentes brasileiros são provavelmente os que mais vêem televisão no mundo. Esse foi o resultado de uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos em dez países: Brasil, Estados Unidos, México, Canadá, França, Alemanha, Itália, Espanha, Reino Unido e China. A pesquisa indica que as crianças brasileiras são as mais televisuais de todas as crianças dos dez países pesquisados.

Portanto, no Brasil, as crianças passam mais tempo diante da televisão e menos tempo na escola, menos tempo brincando com os amigos, menos tempo lendo, entre outras atividades. Em suma, o que podemos deduzir de acordo com nossas pesquisas é que a televisão também serve tanto para entreter como para (des) informar e (des) educar.

Um meio ou uma desculpa?

Não conheço ninguém que conseguiu realizar seu sonho, sem sacrificar feriados e domingos pelo menos uma centena de vezes. Da mesma forma, se você quiser construir uma relação amiga com seus filhos, terá que se dedicar a isso, superar o cansaço, arrumar tempo para ficar com eles, deixar de lado o orgulho e o comodismo..
Se você quiser atingir uma meta especial, terá que estudar no horário em que os outros estão tomando chopp com batatas fritas. Terá de planejar, enquanto os outros permanecem à frente da televisão. Terá de trabalhar enquanto os outros tomam Sol à beira da piscina.

O mundo não está nem aí, se você está cansado ou triste, ele não para. E quem vive lamentado ou reclamando da vida nunca vai conseguir chegar a lugar nenhum.

A realização de um sonho depende de dedicação. Há muita gente que espera que o sonho se realize por mágica, mas toda mágica é ilusão, e a ilusão não tira ninguém de onde está, em verdade à ilusão é combustível dos perdedores, pois...
Quem quer fazer alguma coisa, encontra um MEIO. Quem não quer fazer nada, encontra uma DESCULPA

Reggae

O reggae é um estilo de música originário da Jamaica. Bob Marley, cantor e compositor, é o ícone deste estilo musical. O nome reggae surgiu por causa do som que faz na guitarra. O "re" seria o movimento pra baixo, e o "gae", o movimento pra cima. O mesmo acontece com o ska, o nome é derivado do som que é reproduzido na guitarra. Uma das características que podem caracterizar o reggae é a crítica social, como por exemplo cantar a desigualdade, o preconceito, a fome e muitos outros problemas sociais pra tentar desviar os olhos do povo pra isso, um modo de alertar e incentivar o povo a se mobilizar contra seus problemas

sábado, 8 de maio de 2010

Linguagem, língua e fala



Um pouco de conhecimento de nossa língua

Eis uma tríade cuja materialização vincula-se a todo e qualquer processo comunicativo. Embora os concebemos como elementos utilizados para designar a mesma realidade, em se tratando do ponto de vista linguístico, os mesmos não devem ser confundidos, talvez até como termos sinônimos.

A linguagem pode ser considerada como a capacidade estritamente humana capaz de manifestar algo, visando à expressão de sentimentos, à manifestação de desejos e opiniões, à troca de informações entre diferentes culturas, dentre outros procedimentos.

Por meio da mensagem identificamos a intencionalidade presente em um determinado discurso. Podendo esta ser de natureza verbal ou não verbal. Em se tratando da linguagem não verbal, a mesma vincula-se aos símbolos de uma maneira geral, gestos, expressões faciais, desenhos, pinturas, danças, entre outros elementos.

A linguagem verbal concerne à modalidade escrita ou oral como forma de estabelecer a comunicação por meio das palavras, facilitando a interação entre os interlocutores.

Quando nos referimos à língua, restringimo-nos a uma atividade coletiva realizada por meio de um código formado por palavras regidas por leis combinatórias às quais pertencem a um grupo específico. Como é o caso da língua inglesa, brasileira, italiana, francesa, e muitas outras.

Em razão de seu caráter social, a língua não permite mudanças arbitrárias. Torna-se necessário obedecer a certas regras para que a comunicação se realize de maneira plausível. O agrupamento de palavras de forma desordenada tende a não efetivá-la, conforme podemos observar o exemplo abaixo:

Exaustos hoje trabalho com o estamos

Neste caso, faz-se necessário atribuirmos a ordem direta ao enunciado linguístico, visando estabelecer uma perfeita comunicação:

Hoje estamos exaustos com o trabalho.

A fala é algo estritamente individual, pois cada pessoa tem seu jeito próprio de se manifestar em meio a um grupo social. Usufruindo-se de seus conhecimentos linguísticos, a mesma torna-se apta a expressar seu pensamento de acordo com sua visão de mundo adquirida ao longo de sua experiência.

O fato nos leva a crer que para uma pessoa ser compreendida, ela não precisa falar ou escrever igual ao outro, daí o caráter estritamente pessoal.

sábado, 1 de maio de 2010

Linguagem culta e coloquial



Nossa língua como suporte da fala...

Muitos internautas têm enviado mensagens, com dúvidas sobre um termo muito comum nos enunciados de provas. Lá, nas propostas dos concursos, é comum aparecer: "obedeça à norma culta da Língua Portuguesa". Ao ler isso, corre-se o risco de cair no equívoco de interpretação, acreditando-se que escrever obedecendo-se à norma "culta" seria o equivalente a escrever "difícil" ou "complicado". Nada disso! O que ocorre é que existem, basicamente, dois níveis ou padrões de linguagem – a linguagem culta ou formal e a linguagem coloquial (ou informal).


Linguagem culta ou formal é caracterizada pela correção gramatical, ausência de termos regionais ou gírias, bem como pela riqueza de vocabulário e frases bem elaboradas. Salvo raras exceções, é a linguagem dos livros, jornais, revistas e, é claro, a linguagem que você deverá empregar em sua prova.


Linguagem coloquial é aquela que usamos no dia-a-dia, nas conversas informais com amigos, no bate-papo e no bilhete para a empregada ou para o filho que irá chegar, com as instruções para o jantar. Descontraída, dispensa formalidades e aceita gírias, diminutivos afetivos e termos regionais.

sábado, 24 de abril de 2010

Em defesa da Língua Portuguesa 2


E dando continuidade ao post anterior...

A geografia da língua portuguesa foi, na origem, quase a mesma das grandes descobertas dos navegadores do mesmo país. As línguas dos autóctones foram substituídas com força no lado atlântico da América do Sul. Na Ásia, o pequeno tamanho da colonização e a resistência local impediram uma vitória lingüística total. Na África, a presença do português jamais obteve o esmagamento completo das línguas locais.
Hoje, como efeito da força das emigrações para os países ricos e de outros problemas da mundialização, esta língua está presente bem longe das viagens dos portugueses. É falada nos Estados Unidos, no Canadá, na França etc.
A geografia física determina a posição ocidental de Portugal. Este país seria um país do Ocidente. No nível físico, é isto mesmo. Portugal é um país europeu-ocidental. Hoje, muitos dos portugueses adoram o fato da incorporação de seu país ao Euro e à CEE. O passado de isolamento foi superado.
No sentido da cultura e da história, as coisas são bem diferentes. O Império colonial de Portugal incluiu partes da América do Sul, da África e da Ásia. Dois séculos antes das grandes descobertas e do início das colonizações, Portugal era parte de uma região européia bastante arabizada. A Idade Média de Portugal foi vivida, em grande parte, sobre a dominação árabe.
É possível perceber um resultado bastante complexo e mestiçado nos espíritos dos portugueses. Observe-se a existência, na cultura portuguesa, dos traços da complexidade geográfica do Império. É possível ver fortes vestígios das culturas dos colonizados e dos antigos dominadores dos colonizadores.
É bom lembrar o fato da grande duração do feudalismo português e da presença da cultura católica da Contra-Reforma, até o século XX.
O barroco português misturou-se, por exemplo, com as culturas do Brasil. Isto resultou no barroco brasileiro, ainda muito presente na cultura oral e, de modo impressionante, nos meios de comunicação atuais do Brasil.
O sucesso das telenovelas brasileiras em Portugal, por exemplo, está ligado a mesma árvore de origem das culturas de ambos países. Os gostos alimentares dos brasileiros e dos portugueses são próximos, no sentido da utilização dos produtos de origem européia, americana e oriental. Visitar um mercado de produtos orientais ou africanos é, no mesmo sentido, se aproximar de culturas comuns.
A língua portuguesa é a pátria de várias culturas do passado e do presente. No Brasil atual, pode-se ver o crescimento da pressão e da incorporação da língua inglesa pelo português brasileiro.
Em passado recente, pôde-se ver, até a década de 1960, ocorrer o mesmo com a língua francesa e sua influência no português do Brasil. Sabe-se que coisas semelhantes ocorreram nas ex-colônias lusófonas da África e no português de Portugal.
Chegam, hoje, tristes notícias de ameaças concretas do português desaparecer na Guiné Bissau, substituído pelo francês, e do inglês estar substituindo progressivamente o português de Moçambique.
A língua portuguesa continua e continuará a viver dentro das possibilidades de seu futuro histórico. Isto depende de nós. É preciso que exista o engajamento da vanguarda dos seus falantes, para fazer continuar sua história em muitos dos lugares do mundo onde ela é presente.
Não se pode aceitar o mundo com apenas uma língua de comunicação. Isto significa um mundo sem uma alma cultural e sem história. Proclama-se em qualquer língua a beleza do português, sua importância como meio de comunicação humano, que carrega a história de vários povos do mundo.
No presente, a diáspora dos trabalhadores de todas as profissões continua a semear a língua portuguesa em escala universal. Agora, não mais existem os limites geográficos do passado. Os novos limites são os das fronteiras econômicas da mundialização.
Mesmo assim, ainda há um risco, talvez mais forte do que no passado, de a língua de Camões e de Saramago desaparecer ou ficar ainda mais frágil. Está disseminada a idéia do pensamento único e de uma única língua ‘natural’ desta maneira de ver o mundo.
Pode-se resistir!

sábado, 17 de abril de 2010

Em defesa da Língua Portuguesa


Em defesa da língua portuguesa no nosso país

Ainda há um risco, talvez mais forte do que no passado, de a língua de Camões e de Saramago desaparecer ou ficar ainda mais frágil. Está disseminada a idéia do pensamento único e de uma única língua ‘natural’ desta maneira de ver o mundo.

Meio milênio depois da descoberta das Américas e da criação e do desenvolvimento da América portuguesa, é bom refletir sobre o produto cultural mais significativo deste processo: a língua portuguesa. Antes de este artigo ser escrito, a Mangueira – Salve a Mangueira! – já havia, na vanguarda da cultura popular brasileira, lembrado disto, no belíssimo samba-enredo deste ano.
O Império colonial luso foi formado na mesma época acima citada, indo muito mais longe. Incluiu várias regiões da África e da Ásia. No que viria a ser o Brasil, o Império criou sua mais rica colônia sustentada pelo braço dos autóctones e dos africanos convertidos em escravos e imigrados forçados.
Na África, o mesmo Império organizou o tráfico de seres humanos e a produção de subsistência local. Na Ásia, permaneceu no Japão por um século, mordiscou as costas da Índia, do sudeste asiático e da velha China, chegando à Oceania, onde não se estabeleceu, mas se aproximou com algum interesse das costas australianas.
Como conseqüência destes e de outros problemas, a língua portuguesa tem quinhentos ou mais anos de presença nos quatro cantos do mundo. Mesmo que o português não tenha conseguido se consolidar em todos os lugares por onde passou, de algum jeito deixou sua marca que continua a reverberar. Hoje, sobretudo, a partir do seu maior contingente de falantes, isto é, do Brasil.
No tempo da diáspora mundializada, os falantes do português avançaram ainda mais. Eles estão por toda parte através da emigração na direção de onde ainda existe trabalho e salários melhores.
Em alguns casos, esta língua, quando está fora do seu território original, contenta-se em ser uma fala da família e/ou da comunidade da mesma origem. As novas gerações dos filhos dos emigrantes para os países mais ricos estão a perdendo. As versões escritas e faladas do português são fundamentais para manter a comunicação viva desta língua no cérebro de todos os envolvidos.
As descobertas e os processos de colonização jamais foram um caminho de mão única. Os colonizadores sofreram influências dos colonizados. Estes últimos também descobriram novas culturas que chegaram por meio da nova língua de comunicação, imposta pelo poder colonial.
Não se sabe muito sobre os sentimentos dos ameríndios, dos africanos e dos asiáticos sobre a língua do colonizador português. Os vencedores construíram suas versões dos fatos. Pode-se imaginar a surpresa inicial e, no próximo passo, a revolta contra a opressão.
Com o tempo, a língua do colonizador transformou-se na principal língua de comunicação. Todavia, houve sempre a incorporação de palavras, costumes, acentos e outras características dos colonizados. Isto é o que aconteceu de modo muito evidente no Brasil e nas colônias portuguesas na África.
Há várias formas de falar e escrever o português. Todas as tentativas de se tentar criar uma forma única - a que seria justa e correta - não conseguiram sucesso. Não é possível impedir os povos de manejar as suas línguas de acordo com as suas histórias, culturas e interesses.
Não existe a possibilidade de um português perfeito. Isto é uma utopia negativa e desmobilizadora. O mesmo se pode dizer de um francês perfeito etc. As línguas são corpos vivos nas almas das pessoas que as utilizam por toda a vida. Fazem parte dos corpos biológicos dos que as conseguem falá-las, escrevê-las e retê-las em seus registros neurais.
A capacidade da língua portuguesa de se adaptar e de ser falada por culturas muito diferentes é a mesma do inglês e do francês. O português é uma língua de cultura, equivalente às demais línguas modernas. Isto quer dizer que se pode falar de qualquer coisa simples ou complexa, usando-se a língua de Camões.
A vitória desta língua consiste na: força de mais do que 200 milhões de falantes; existência de uma vasta e complexa literatura; presença de redes científicas que trabalham em português; incorporação do léxico e da sintaxe das experiências culturais européias, africanas, americanas e asiáticas; onipresença da música cantada em português e de vários outros artefatos da indústria cultural que fala o português.

sábado, 10 de abril de 2010

Cultura popular em xeque


A linguagem coloquial, informal ou popular é aquela linguagem que não é formal, ou seja, não segue padrões rígidos, é a linguagem popular, falada no quotidiano.

Outro significado

A linguagem coloquial, informal ou popular é uma linguagem utilizada no cotidiano em que não exige a observância total da gramática, de modo que haja mais fluidez na comunicação feita através de jornais, revistas e principalmente num diálogo. Na linguagem informal usam-se muitas gírias e palavras infanto-juvenis e livros de muitos diálogos. Em contrapartida a linguagem formal ou culta é aquela que carrega consigo a rigidez das normas gramaticais, utilizada principalmente em textos e profissões que a exigem como no Direito.


O nível popular está associado à simplicidade da utilização linguística em termos lexicais, fonéticos, sintácticos e semânticos. Esta decorrerá da espontaneidade própria do discurso oral e da natural economia linguística. É utilizado em contextos informais. Tomem-se a título exemplificativo os excertos que se seguem: «Minha santa filha do meu bô coração/ Cá arrecebi a tua pera mim muito estimada carta e nela fiquei ciante e sastifeita por saber que andavas rija e fera na cumpanhia do teu marido.» (Aquilino Ribeiro, O Homem na Nave); «- Ó Tio Luís, ó Tio Luís!.../ - Que é? / - Vossemecê não vê? (...)/ - Ouviste por 'i berrar uma cabra?» (Camilo Castelo Branco, Maria Moisés, pp. 44-45).

A língua portuguesa possui uma relevante variedade de dialetos, muitos deles com uma acentuada diferença lexical em relação ao português padrão. Tais diferenças, entretanto, não prejudicam muito a inteligibilidade entre os locutores de diferentes dialetos.

O português europeu padrão (também conhecido como "estremenho") modificou-se mais que as outras variedades. Mesmo assim, todos os aspectos e sons de todos os dialetos de Portugal podem ser encontrados nalgum dialeto no Brasil. O português africano, em especial o português santomense tem muitas semelhanças com o português do Brasil (também conhecido como "fluminense"), também os dialetos do sul de Portugal apresentam muitas semelhanças, especialmente o uso intensivo do gerúndio. Na Europa, o alto-minhoto e o transmontano são muito semelhantes ao galego.

Mesmo com a independência das antigas colônias africanas, o português padrão de Portugal é o padrão preferido pelos países africanos de língua portuguesa. Logo, o português apenas tem dois dialetos de aprendizagem, o europeu e o brasileiro. Note que, na língua portuguesa há dois dialetos preferidos em Portugal: o de Coimbra e o de Lisboa. No Brasil, o dialeto preferido é o falado e muito mais escrito pelos habitantes cultos das grandes cidades.

sábado, 3 de abril de 2010

Nossa lingua nacional


um pouco do significado de nossa lingua...

É a língua do povo de uma nação enquanto relacionada com um Estado politicamente constituído. A língua nacional é por isso vista como a língua oficial de um país. Ter uma língua como própria de um país funciona como um elemento de sua identidade política e cultural. Mas não há correspondência direta entre uma língua nacional e um Estado. Cada país pode ter mais de uma língua oficial em virtude de ter na sua história e constituição povos diferentes.

A língua nacional caracteriza-se como uma em virtude de uma relação de unidade imaginária da língua que é atribuída à Nação. No entanto se observamos uma língua nacional vamos observar que no seu funcionamento global ela apresenta uma diversidade interna muito grande. Há a língua do cotidiano que difere da língua escrita. Há a língua de um grupo social que difere da língua de outro grupo social Há a língua de uma região que difere da língua de outra região. Há a língua de um grupo profissional que difere da língua de outro grupo profissional. No Brasil, por exemplo, há diferenças grandes entre a língua do Centro-oeste e a do Sul, entre a do Sul e a do Sudeste, entre estas e a língua do Nordeste ou do Norte. E mesmo dentro de uma região podemos ver diferenças significativas. Até mesmo dentro de uma cidade, se ela for grande, estas diferenças podem aparecer. É nesta medida que a língua nacional aparece como uma unidade imaginária que funciona como a garantia de que todos, o povo, tem a mesma língua. As diferenças entre as variedades de uma língua é com freqüência chamada de dialeto.

Esta não coincidência entre a língua no seu funcionamento real e a unidade imaginária da língua em geral opera a partir da identificação de uma das variedades de língua que passa a funcionar como a língua. Em geral é tomada como a língua a língua escrita pelas pessoas de alta escolaridade e a língua falada também por estas pessoas em situações formais. Esta variedade da língua passa a funcionar assim como modelo e leva a que as outras variedades de língua ou formas delas sejam consideradas como erradas. A noção de erro em língua é deste modo uma noção que opera uma hierarquização social das relações entre variedades existentes da língua. A noção de erro é assim uma noção constituída pelas relações de poder envolvidas nas relações de línguas. As relações de poder nas relações de línguas não se reduzem, no entanto, só à noção de erro.

sábado, 27 de março de 2010

Identidade cultural: a língua como registro


A língua nacional como registro

A literatura popular representa o registro do patrimônio lingüístico de um povo e, nesse sentido, a língua, como matéria prima desse registro, torna-se um elemento de unificação. Por tal razão, a consciência da importância de preservarmos nossa identidade cultural é o primeiro passo para preservarmos a própria cidadania. A língua, como elemento unificador, como espelho de uma cultura; sua sonoridade, sua estrutura, sua elocução, que constituem o sentido histórico e político de uma nação. Sua IDENTIDADE e a identidade de um povo – seus cidadãos.

No início da colonização portuguesa no Brasil , o tupi (mais precisamente, o tupinambá, uma língua do litoral brasileiro da família tupi-guarani) foi usado como língua geral na colônia, juntamente com português, principalmente graças aos padres jesuítas que haviam estudado e difundido a língua. Em 1757, a utilização do tupi foi proibida por uma Provisão Real. Tal medida foi possível porque, a essa altura, o tupi já estava sendo suplantado pelo português, em virtude da chegada de muitos imigrantes da metrópole. Com a expulsão dos jesuítas em 1759, o português fixou-se definitivamente como o idioma do Brasil. Das línguas indígenas, o português herdou palavras ligadas à flora e à fauna (abacaxi, mandioca, caju, tatu, piranha), bem como nomes próprios e geográficos.

Com o fluxo de escravos trazidos da África, a língua falada na colônia recebeu novas contribuições. A influência africana no português do Brasil, que em alguns casos chegou também à Europa, veio principalmente do iorubá (vocabulário ligado à religião e à cozinha afrobrasileiras) e do quimbundo angolano (palavras como caçula, careca, moleque e samba).

Um novo afastamento entre o português brasileiro e o europeu aconteceu quando a língua falada no Brasil colonial não acompanhou as mudanças ocorridas no falar português, principalmente por influência francesa, durante o século XVIII, mantendo-se fiel, basicamente, à maneira de pronunciar da época da descoberta. Uma reaproximação ocorreu entre 1808 e 1821, quando a família real portuguesa, em razão da invasão do país pelas tropas de Napoleão Bonaparte, transferiu-se para o Brasil com toda sua corte, ocasionando um reaportuguesamento intenso da língua falada nas grandes cidades.

Após a independência (1822), o português falado no Brasil sofreu influências de imigrantes europeus que se instalaram no centro e sul do país. Isso explica certas modalidades de pronúncia e algumas mudanças superficiais de léxico que existem entre as regiões do Brasil, que variam de acordo com o fluxo migratório que cada uma recebeu.

No século XX, a distância entre as variantes portuguesa e brasileira do português aumentou em razão dos avanços tecnológicos do período: não existindo um procedimento unificado para a incorporação de novos termos à língua, certas palavras passaram a ter formas diferentes nos dois países (comboio e trem, autocarro e ônibus, pedágio e portagem). Além disso, o individualismo e nacionalismo que caracterizam o movimento romântico do início do século intensificaram o projeto de criação de uma literatura nacional expressa na variedade brasileira da língua portuguesa, argumento retomado pelos modernistas que defendiam, em 1922, a necessidade de romper com os modelos tradicionais portugueses e privilegiar as peculiaridades do falar brasileiro que consagrou literariamente a nossa língua como brasileira.

sábado, 20 de março de 2010

Identidade Brasil: a resistência da cultura nacional

Cultura ou produto para consumo?

Desde 7 de setembro de 1822, os brasileiros buscam compreender o que nos une e nos torna uma nação independente e coesa. Nosso modelo político é frágil, pois reproduz, ainda hoje, a relação entre senhores de engenho, leia-se classe médio/alta, e a senzala. Desde muito cedo, quando a chamada “civilização” aportou com suas naus por aqui, convivemos com o espectro do modelo do dominador: ser europeu/estadunidense ou descender deles significa ser civilizado em terra brasilis. Concede um ar aristocrata à família, como se nos fizesse pertencer a uma “casta” mais alta e por isso devessemos ser tratados de maneira diferenciada.

Esquecemos que mesmo os estrangeiros que aqui aportaram, nos vários momentos da história do Brasil, invariavelmente serviram como escravos ou empregados explorados pelos patrões. Sim, nossa grande população descende de anglo-saxões, latinos, asiáticos, negros e gentios que é oriunda do trabalho árduo escravo ou no limiar da escravidão. Por conta de nossa arrogância e ignorância, passamos a acreditar que os únicos traços culturais que possuem valor são os do branco dominador: o Natal, a Páscoa, o Dia das Bruxas entre tantos outros.

O que aconteceu com as nossas celebrações rurais? Com nossas comemorações religiosas sincréticas como a Umbanda, a Congada, a Folia de Reis? Ainda permanecem no canto escuro do preconceito de nossa sociedade que tenta a todo custo arremedar os “gringos” que, por interesses tácitos a sustentação de seus negócios, continuam a nos ditar regras. O mais incômodo de tudo isso é que continuamos a acreditar nestas regras como estabelecidas por seres “que sabem o que fazem pois em seus países tudo funciona”. No meu país tudo funciona. A única coisa que não funciona é o imaginário do brasileiro, principalmente dos “domesticados” pela cultura estrangeira, pelo mundo das revistas de celebridades e pela exposição maciça aos telejornais de jornalismo marrom.

Cansei! Não como os nossos queridos burgueses do movimento, mas cansei de ver nossa cultura explorada como produto, onde transitam parasitas e alpinistas sociais sempre em busca de exposição, sem contribuição ou preocupação alguma com a cultura de nosso país. Parafraseando o português Fernando Pessoa, na pele de Álvaro de Campos: ” Arre, estou farto de semideuses! Onde é que há brasileiros no Brasil?

sábado, 13 de março de 2010

Cultura brasileira: sintese


Cultura em síntese

A cultura brasileira reflete os vários povos que constituem a demografia do gigante sul-americano: indígenas, europeus, africanos, asiáticos, árabes etc. Como resultado da intensa miscigenação de povos, surgiu uma realidade cultural peculiar, que sintetiza as várias culturas e se revela, especialmente, nos grandes centros urbanos.

Em cada uma das regiões desse vasto país, é possível encontrar, porém, manifestações culturais próprias de cada um desses grupos étnicos, particularmente nos pequenos municípios e comunidades rurais.

No nordeste, nomeadamente na Bahia e no Maranhão, são comuns as festas, os ritos e os ritmos da tradição africana; no norte do País, o folclore e a culinária indígenas; no sul, as tradições européias, das quais merecem destaque a alemã e a italiana, havendo, mesmo, algumas delas que, tendo já desaparecido em seus países de origem, só subsistem no Brasil.

A tensão entre o que seria considerado uma cultura popular e uma erudita sempre foi bastante problemática no país. Durante um longo período da história, desde o descobrimento até meados dos séculos XIX e XX, a distância entre a cultura erudita e a popular era bastante grande: enquanto a primeira buscava ser uma cópia fiel dos cânones e estilos europeus, a segunda era formada pela adaptação das culturas dos diferentes povos que formaram o povo brasileiro em um conjunto de valores, estéticas e hábitos rejeitado e desprezado pelas elites.

Grande parte do projeto estético modernista foi justamente o de resgatar nos campos considerados "nobres" da Cultura (nas artes em geral, na literatura, na música, etc) e até mesmo nos hábitos cotidianos a vertente popular, considerando-a como a legítima cultura brasileira.

sábado, 6 de março de 2010

Identidade da cultura brasileira


e dando continuidade as identidade da cultura brasileira

As manifestações culturais de negros e indígenas são partes importantes na afirmação das identidades étnicas e da tradição. São manifestações que celebram a vida, a morte; que apresentam hábitos artístico, culturais e espirituais. Além disso, a diversidade das culturas, das diferentes visões de mundo e dos diversos modos de viver o cotidiano é um riquíssimo patrimônio da cultura brasileira – já reconhecida em todo o mundo.

A identidade étnico-cultural, portanto, é responsável por estabelecer as bases de como a pessoa interage com o mundo, com a natureza, com a sociedade, entre muitas outras coisas. Esses são alicerces para toda a vida e que começam a ser construídos já nos primeiros anos da criança a partir do convívio com familiares, com os mais velhos, nas escolas, nas comunidades ou nas aldeias onde vive.

Valorizar as identidades e a cultura negra e indígena tem se apresentado como um caminho para assegurar, para as novas gerações, a noção de pertencimento local ou regional, o aumento da auto-estima, a valorização da tradição e a resistência para manter viva a identidade, a preservação e o desenvolvimento regional.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Os entrelaces da cultura brasileira


Os entrelaces da cultura brasileira e seus exemplos

As manifestações culturais desde a antiguidade trouxeram características fundamentais para o entendimento do povo. No Egito Antigo, os faraós eram grandes interceptores dos valores espirituais na terra, a qual se conjugava a forma divina. Atualmente, as diversas formas culturais dos povos são destacadas pela sua exaltação a uma identidade própria.

Os negros vindos da África no período da escravidão não foram só dores, mas também a difusão das raças na cultura brasileira sendo criada a personalidade brasileira. Com as canjicas, a capoeira, suas danças, seus ritmos, suas tradições o povo brasileiro foi se formando e hoje é um dos povos mais rico culturalmente.

Portanto, a nossa diversidade cultural é o princípio de participação na sociedade brasileira e isto se advém da nossa integração com outros povos.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Cultura brasileira em pauta e evidência II


E dando continuidade...

A característica fundamental idealizada por países desenvolvidos, é de que o crescimento econômico esta alinhado ao desenvolvimento social. Esta questão justificava o fato destes países terem preservado uma cultura voltada para um ideal de desenvolvimento. De fato, o progresso só obteve sucesso com os investimentos feito em pesquisas e educação, que sempre foram muito abrangentes e eficientes. O padrão de vida familiar sempre apresentou uma boa base, voltado para o desejo de crescimento econômico.

Nessa situação, essas nações primordiais sempre direcionaram seus povos a um estilo de vida baseado no sistema educacional rígido, com disciplina, moralidade, eficiência e força de vontade. Desde seus primórdios anos da era industrial, a educação foi a que mais recebeu atenção. A idéia sempre foi valorizar e implantar a figura do profissional do trabalho. Para isso, era necessário criar cursos de aperfeiçoamento e treinamento, capazes de oferecer funcionários competentes para as atividades corporativas da época. Contudo, o que fica abordado é que todas essas aplicações vieram como um aprendizado.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Cultura brasileira em pauta e evidência


...e dando continuidade as noções...

Cultura é tudo aquilo que não é natureza, ou seja, tudo o que é produzido pelo ser humano. Por exemplo: a terra é natureza e o plantio é cultura. Uma das características da nossa sociedade é a grande diversificação interna. A diferenciação básica decorre do fato de que a população se posiciona de modos diferentes no processo de produção. Há diferenças de renda, de estilo de vida, de acesso às instituições públicas tais como escola, hospital, centros de lazer. Da mesma forma, a diversificação acompanha a variedade de paisagens regionais do país.

Assim, ao estudarmos cultura no Brasil, podemos nos preocupar em saber o que seria a cultura nacional, ou qual seria a importância dos meios de comunicação de massa na vida do país, ou indagarmos sobre a cultura das classes sociais ou sobre a cultura popular.

A partir de uma idéia de refinamento pessoal, cultura se transformou na descrição das formas de conhecimento dominantes nos Estados nacionais que se formavam na Europa a partir do fim da Idade Média. Esse aspecto das preocupações com a cultura nasce assim voltado para o conhecimento erudito ao qual só tinham acesso setores das classes dominantes desses países.

Esse conhecimento erudito se contrapunha ao conhecimento havido pela maior parte da população, um conhecimento que se supunha inferior, atrasado, superado, e que aos poucos passou também a ser entendido como uma forma de cultura, a cultura popular.

Entende-se por cultura popular as manifestações diferentes da cultura dominante, que estão fora de suas instituições. Assim sendo, distinguimos: o erudito marcado pela branquidade e europeidade e o popular, marcado pelas camadas subalternas, mais criativas, mais abertas à convivência humana e ao atendimento imediato das necessidades espirituais, esta cultura dita como “vulgar” foi recheada de elementos indígenas e africanos.