sábado, 29 de agosto de 2009

Cultura brasileira é resultado da miscigenação de três povos

A palavra folclore foi utilizada pela primeira vez num artigo do arqueólogo William John Thoms, publicado no jornal londrino "O Ateneu", em 22 de agosto de 1846 (por isso 22 de agosto é o dia do folclore). Ela é formada pelos termos de origem saxônica: "folk" que significa "povo" e "lore" que significa "saber". Portanto o "folklore" é o saber do povo ou a sabedoria popular. No Brasil, a palavra adaptada tornou-se "folclore".
Em todas as partes do mundo, cada povo tem seu folclore, sua forma de manifestar suas crenças e costumes. O folclore se manifesta na arte, no artesanato, na literatura popular, nas danças regionais, no teatro, na música, na comida, nas festas populares como o carnaval, nos brinquedos e brincadeiras, nos provérbios, na medicina popular, nas crendices e superstições, mitos e lendas.
O folclore é o conjunto das criações de uma comunidade cultural, baseadas nas tradições de um grupo ou indivíduos, que expressam sua identidade cultural e social, além das normas e valores que se transmitem oralmente, passando de geração em geração.
Mitos e lendas

As lendas misturam fatos reais e históricos com a fantasia e procuraram dar explicação aos fatos da vida social de uma determinada comunidade. Os mitos, tão antigos quanto a própria humanidade, são narrativas que possuem um forte simbolismo e foram criados pelos povos primitivos para explicar as coisas que não entendiam, como os fenômenos da natureza.
No Brasil, o folclore foi resultado da miscigenação de três povos (indígena, português e africano) e da influência dos imigrantes de várias partes do mundo. Por isso, nosso país tem uma tradição folclórica variada, rica e muito peculiar. Em cada região brasileira, o folclore apresenta semelhanças e diferenças.
Câmara Cascudo

Um grande estudioso do folclore nacional foi Luís da Câmara Cascudo, nascido em Natal, no Rio Grande do Norte em 1898 e autor de mais de 150 livros. Ainda hoje, a obra de Câmara Cascudo é uma referência imprescindível para se tratar do folclore, até porque diversas expressões folclóricas brasileiras por ele documentadas já desapareceram e não podem mais ser observadas.
O folclore, em especial a partir do século 20, serviu de base para a produção da arte culta brasileira. Os exemplos estão presentes em todas as artes. O pintor ítalo-brasileiro Alfredo Volpi fez das bandeiras das festas juninas um elemento freqüente de seus quadros e gravuras. O compositor fluminense Villa-Lobos aproveitou-se de temas do folclore em sua obra musical.
Mário de Andrade e Ariano Suassuna

Na literatura, há no mínimo três autores de importância indiscutível que se utilizaram de elementos da cultura popular. O paulista Mário de Andrade, grande estudioso do folclore, escreveu sua obra-prima, "Macunaíma", reunindo com olhar irônico e crítico inúmeras narrativas do folclore brasileiro.
O mineiro João Guimarães Rosa, autor de "Grande Sertão: Veredas" - um clássico da literatura nacional - tematiza a vida do sertanejo e trabalha tanto elementos característicos de narrativas folclóricas, quanto a própria forma sertaneja de uso da língua portuguesa. Da mesma maneira, o paraibano Ariano Suassuna compôs uma ampla obra teatral baseada na tradição folclórica nordestina. Como exemplo, podem-se citar "O Auto da Compadecida" ou "A Pena e a Lei", sem falar no monumental "Romance da Pedra do Reino".
Mazzaropi e Zé do Caixão

Convém lembrar que o folclore brasileiro - ligado ao universo rural, pois a industrialização do país é recente, em termos históricos - chegou a influenciar nossos meios de comunicação de massa. O ator e diretor
Amacio Mazzaropi levou o caipira do interior paulista para as telas do cinema. O animador de programas de auditório Abelardo Chacrinha Barbosa fez enorme sucesso na TV utilizando-se elementos de festas populares do Nordeste, como as disputas entre cordões (o encarnado e o azul), que eram mediados por um Velho, a quem Chacrinha personificava.
Nos meios de comunicação de massa, como o cinema, a estética dos circos mambembes que percorriam o interior do país também podem ser encontradas em produções cinematográficas inusitadas como os filmes de terror José Mojica Marins, conhecido como Zé do Caixão.
Um pouco de música

Em matéria de música folclórica, também chamada de "música de raiz", Inezita Barroso é uma grande pesquisadora.
Na próxima tem mais!!!!

sábado, 22 de agosto de 2009

Cultura em movimento: A Identidade Cultural

imagem capturada na web

Cultura em movimento: A Identidade Cultural

Desde o surgimento do homem, após o agrupamento do mesmo e o convívio social, uma troca de experiências e reciprocidade foi estabelecida.

Todo o conjunto de conhecimentos e modos de agir e pensar dá origem à cultura, toda sociedade tem a sua, pois não existe sociedade sem cultura, independentemente do lugar.

Um recém nascido em seus primeiros minutos já começa, de certa maneira, a se socializar, pois existem várias pessoas ao seu redor criando uma relação social e cultural, quando estiver falando ou aprendendo a falar ele vai adquirir uma língua que é sem dúvida uma herança cultural, sem contar o seu modo de vestir que vai variar conforme o país, a alimentação, os rituais entre outros.

A identidade cultural caracteriza as pessoas pelo modo de agir, de falar, é como se as “rotulasse” a partir dos modos específicos de sua cultura.

A cultura é fruto da miscigenação de diferentes povos que introduziram seus hábitos e costumes, com o contato de uma cultura e outra, pode gerar uma cultura ainda mais diferente.

A identidade cultural move os sentimentos, os valores, o folclore e uma infinidade de itens impregnados nas mais variadas sociedades do mundo, e apresenta o reflexo da convivência humana.

sábado, 15 de agosto de 2009

Cultura: entenda o que essa palavra significa

Definir cultura não é uma tarefa simples. Várias noções têm perpassado os tempos e, ainda hoje, podemos dizer que o termo cultura encontra-se num processo de ajuste constante de sua definição.

Um dos seus significados originais aponta para "cultivo agrícola", referindo-se ao que cresce naturalmente. Inicialmente, a cultura estava associada a algo que era material e, a partir de um desdobramento histórico (a passagem da civilização de uma vida rural para a vida concentrada em centros urbanos), o termo assumiu sentido no âmbito intelectual.

Da raiz latina colere, cultura pode significar desde cultivar e habitar a adorar e proteger, levando ao termo "culto", utilizado no sentido religioso. Assim, a cultura estende-se para o domínio das artes sagradas, além de significar as tradições de um povo, a serem protegidas e veneradas.

Cultura e civilização

Assim, ao se aproximar da definição que nos interessa neste artigo, o termo se afasta do seu sentido original. A cultura, agora marcada pela sua identidade com o espaço urbano, dota aqueles que aí vivem de certos atributos: ser culto significa compreender regras que determinam um refinamento presente nas relações sociais. Isto aparece em oposição ao campo, que seria um espaço de não-cultura.

Raymond Williams dedicou-se a estudar a noção de cultura em toda a sua complexidade. Em uma proposta de definição, este autor sugere que, a partir do século 18, cultura seria sinônimo de "civilização", integrando-se a um processo geral de progresso intelectual, espiritual e material. Neste terreno, costumes e moral fazem parte do amplo sentido aí atribuído, levando em conta que ser civilizado compreende "não cuspir no tapete, assim como não decapitar seus prisioneiros de guerra" (EAGLETON, 2000).

Desse modo, cultura e civilização confundem-se, gerando uma ambigüidade que se manteria até finais do século 19, quando suas noções vão se tornando distintas e, em certa medida, antagônicas.

Civilização adquire um sentido de caráter sociável, cordialidade e maneiras agradáveis, apresentando-se como um utilitário nas relações sociais; cultura, por sua vez, torna-se algo que diz respeito ao espiritual, ao crítico, ao sensível, enfatizando os altos princípios humanos.

Essa rivalidade mantinha-se ainda como um jogo de oposição política e ideológica criada entre aristocracia e burguesia, respectivamente, entre tradição e modernidade.

Conjunto de manifestações

Em princípios do século 20, a noção de cultura vai tomando contornos de pluralidade: fala-se nas culturas de diferentes nações e períodos, bem como de diferentes culturas dentro de uma mesma nação, em um mesmo período.

Há um progressivo despontar da cultura como um conjunto de elementos caracterizadores de grupos específicos enquanto "políticas de identidade", incluindo os movimentos de minorias.

No entanto, quando o conceito de cultura vê-se pluralizado, torna-se difícil manter seu caráter positivo; ao falarmos em pluralidade cultural, assumimos que podemos nos referir à "cultura da máfia" ou à "cultura dos serial killers" enquanto grupos detentores de uma identidade coesa. Porém, a aceitação destas formas de cultura está comprometida, pois se incompatibiliza com os valores da sociedade vigente.

Por outro lado, este alargamento da noção de cultura permite contribuições importantes, uma vez que ela passa a ser entendida enquanto um todo de manifestações compartilhadas nos diferentes domínios de um grupo (artístico, lingüístico, econômico, social, etc.). E, tal como o foi em outros períodos, a noção de cultura segue seu percurso, sendo redefinida de acordo com as ênfases econômicas, políticas e ideológicas particulares a um momento histórico.

Por fim, a definição de cultura conhece em nossos dias uma amplitude de seu significado. Falamos em cultura de massas e cultura de minorias; compreendemos que não há culturas melhores que outras, mas sim uma diversidade delas; e podemos identificá-la ainda como um complexo conjunto de valores e práticas que os indivíduos constroem e mantém como identidade de um dado grupo.

Bibliografia comentada: EAGLETON, Terry. A idéia de cultura São Paulo: Unesp, 2000.

sábado, 8 de agosto de 2009

Um pouco mais sobre Cultura..


imagem capturada na internet
Nesse post falo um pouco mais sobre cultura, melhor, aprofundo mais o assunto. Falo sobre cultura de massa, popular e erudita. Boa leitura!

Cultura de Massa : Chama-se de Cultura de Massa toda cultura produzida para as massas -- a despeito de heterogeneidades sociais, étnicas, etárias, sexuais ou psicológicas -- e veiculada pelos meios de Comunicação de Massa.

Cultura Popular : Cultura Popular ou Cultura Pop é a cultura vernacular - isto é, do povo - que existe numa sociedade moderna. O conteúdo da cultura popular é determinado em grande parte pelas indústrias que disseminam o material cultural, como por exemplo, as indústrias do cinema, televisão e editorais, bem como os media de notícias.
Cultura Erudita: Os produtores da chamada cultura erudita fazem parte de uma elite social, econômica, política e cultural e seu conhecimento ser proveniente do pensamento científico, dos livros, das pesquisas universitárias ou do estudo em geral (erudito significa que tem instrução vasta e variada adquirida, sobretudo pela leitura). A arte erudita e de vanguarda é produzida visando museus, críticos de arte, propostas revolucionárias ou grandes exposições, público e divulgação. Sofisticada.

sábado, 1 de agosto de 2009

Uma Cultura Globalizada?
E dando sequência...

Como conseqüência da inovação tecnológica surgida no século XX e das circunstâncias configuradas na mesma época, a cultura de massa desenvolveu-se a ponto de ofuscar os outros tipos de cultura anteriores e alternativos a ela. Antes de haver cinema, rádio e TV, falava-se em cultura popular, em cultura nacional, componente da identidade de um povo; em cultura, conjunto historicamente definido de valores estéticos e morais; e num número tal de culturas que, juntas e interagindo, formavam identidades diferenciadas das populações.

A chegada da cultura de massa, porém, acaba submetendo as outras “culturas” a um projeto comum e homogêneo. Por ser produto de uma indústria de valor internacional, a cultura elaborada pelos vários veículos então existentes esteve sempre ligada ao poder econômico do capital industrial e financeiro. A “massificação cultural”, para melhor servir esse capital, solicitou a repressão às demais formas de cultura. A cultura popular, produzida fora de contextos institucionalizados, teve de ser um dos objetos dessa repressão altiva. Justamente por ser anterior, o popular era também alternativo à cultura de massa, que por sua vez pressupunha — originalmente — ser dominante como condição essencial de existência.

O que a indústria cultural percebeu mais tarde é que possuía a capacidade de absorver em si os antagonismos e propostas críticas, em vez de combatê-lo. Desta forma, sim, a cultura de massa alcançaria o domínio: elevando ao seu próprio nível de difusão e exaustão qualquer manifestação cultural, e assim tornando-a efêmera e desvalorizada.