sábado, 26 de fevereiro de 2011

Diferenças entre memória e lembrança


Lembrança e memória: suas semelhanças e diferenças.
O que vem a ser a memória?
A memória é uma das funções cognitivas mais complexas que a natureza produziu, e as evidências científicas sugerem que o aprendizado de novas informações e os seus respectivos processos de armazenamento causam alterações estruturais no sistema nervoso.

A memória é a capacidade de reter, recuperar, armazenar e evocar informações disponíveis, seja internamente, no cérebro (memória humana), seja externamente, em dispositivos artificiais (memória artificial).
A memória humana focaliza coisas específicas, requer grande quantidade de energia mental e deteriora-se com a idade. É um processo que conecta pedaços de memória e conhecimentos a fim de gerar novas idéias, ajudando a tomar decisões diárias. Memória, segundo diversos estudiosos, é à base do conhecimento. Como tal, deve ser trabalhada e estimulada. É através dela que damos significado ao cotidiano e acumulamos experiências para utilizar durante a vida.
A memória tem a função de promover a adaptação do ser ao meio, contribuindo para a sua sobrevivência. No caso dos humanos, "a complexidade é maior pela participação da linguagem, e pela modulação por sentimentos, emoções e estados de ânimo".

O que vem a ser a lembrança?
A lembrança vem a ser uma evocação do passado, é a capacidade humana para reter e guardar o tempo que se foi, salvando -o da perda total...todos nós conhecemos os belos versos do poeta : "Eu me lembro,eu me lembro!era pequeno e o mar bramia.
''Então...A memória possibilita que guardemos o tempo que se foi, mas também permite que projetemos o futuro, já que sem ela não poderíamos ter consciência do tempo, muito menos da nossa identidade.

É representada pelo ''Eu''O ''Eu" é mais do que a lembrança, ele é a consciência superficial e profunda do que somos, pois, quando nos pensamos, reunimos lembranças do passado e projeções para o futuro, de forma que somos sempre o que passou e o que ainda virá.

A memória é a garantia de nossa própria identidade e podemos dizer "Eu" reunindo tudo o que fomos e fazemos...é lá que guardamos, repousa tudo o que a ela foi entregue, que o esquecimento ainda não absorveu, nem sepultou...é lá que estão também todos os conhecimentos.

O grande poder da memória assusta, como já dizia Santo Agostinho. Temos medo de esquecer o que de mal vivemos, mas igualmente temos medo de não lembrar a felicidade vivida.

Somos essa misteriosa mistura de passado, presente e futuro.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Preservação da Memória


O sentido da preservação da memória

Muito se diz pela preservação da memória de alguém que passou pela vida deixando sua marca para não ser esquecida. Mas, as perguntas que faço são: o que é a preservação da memória? Quais as ações que devem ser adotadas em prol da preservação da memória? O que se espera pela preservação da memória?

O primeiro passo foi tentar entender o que é memória e, segundo ‘Caldas Aulete’, memória é a ‘faculdade de conservar a lembrança do passado ou da coisa ausente’. Curiosa, o próximo passo foi me dirigir ao conceito de lembrança e no mesmo ‘Caldas Aulete’ verifico que a lembrança pode ser entendida como o ‘pensamento que se conserva por certo tempo na memória’.

Talvez uma conclusão lógica seja a de que a preservação da memória significa manter algo conservado e guardado de modo a não se perder no tempo.Mas, pensando na trajetória de um artista, tenho que as pessoas que se dedicam à arte desejam expressar seus sentimentos, ideias, conceitos, pensamentos e momentos de modo a deixarem suas marcas eternizadas. O artista, por meio de sua obra, se mantém vivo por um tempo indeterminado. Assim, a preservação da memória de um artista que já não mais está presente é o meio de mantê-lo presente.

Para manter o artista presente, a preservação da memória deve ser “ativa”, ou seja, a obra do artista deve ser acessível para fazer com que o artista continue sua trajetória, pois se a preservação for no sentido de conservação do acervo com inúmeras restrições de acesso ao público, o artista acabará sendo lembrado por poucos e aos poucos sua memória se tornará uma espécie de “arquivo morto” aonde alguns irão se dirigir para eventuais pesquisas históricas e a memória será mais uma lembrança do pensamento que uma ‘preservação da memória do artista’.

Entendo a preservação da memória como a preservação da vida e da obra do artista assim como ele mesmo o fazia. Entendo que a melhor forma de preservar a memória é fazer com que a obra do artista continue “ativa”, “viva”, “acesa” e “acessível” com todos os cuidados inerentes à peculiar situação de obras que se tornam únicas com a ausência do artista.

Neste sentido, as ações dirigidas aos acervos de artistas ausentes são tão importantes quanto as ações pensadas para os artistas em pleno desenvolvimento criativo e neste caminho a ‘faculdade de conservar a lembrança do passado’ transcende a simples preservação da memória para alcançar a preservação do artista e da sua obra dando-lhes o devido valor.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Memória, onde està?


Memória, onde está?

A memória está nos nossos corpos, nas lembranças que carregamos conosco e também está nos objetos, nas fotos, nos registros escritos. As memórias dos grupos se referenciam, também, nos espaços em que habitam e nas relações que constroem com esses espaços.

Ao longo dos séculos, a humanidade vem reunindo em coleções de objetos e registros e criando espaços específicos para armazenar os traços e vestígios do passado, a memória social, testemunhos da experiência e da vivência dos grupos.

Em espaços privados, ao lado dos templos, ou em monumentos e arcos, bibliotecas e arquivos, os vestígios do passado chegam ao presente. A partir do século XVIII, estas instituições se organizam e muitas se tornam públicas, dando origem a diferentes instituições de memória como os museus (a casa das musas), pinacotecas, arquivos públicos, bibliotecas que hoje conhecemos e freqüentamos, com objetivos educativos, culturais, de lazer e entretenimento.

O século XX viu a multiplicação destas instituições de memória. Museus de História, de Ciências, museus da Guerra, museus da Imigração. Cidades abandonadas pelo declínio econômico de certas atividades (metalurgia, por exemplo) são convertidas, inteiras, em museus. Cada vez mais cenográficas, muitas dessas instituições não resumem seus objetivos a trazer dados do passado, mas pretendem recriar o passado, reviver a memória, as antigas tradições, reconstruir identidades. A transmissão fria de informações dá lugar à sensibilização dos visitantes.

Esta multiplicação de espaços e atividades destinadas a preservar a memória ocorre justamente num tempo em que vivemos, como nunca, a sensação de enorme velocidade e de perda iminente das memórias e referências do nosso passado.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Memória é história?


Memória é História?
Memória é o mesmo que História? Seria a História uma porção de memórias reunidas? Essa questão vem sendo também objeto de muitos estudos.

É certo que memória e História têm como foco o passado, porém este passado é a matéria-prima comum para processos que, para muitos autores, não se confundem. Isso porque a memória é um processo vivo, vivido física e afetivamente pelos grupos, e permanece na medida em que se renova, é transmitida e compartilhada.

Não há memória sem as pessoas que a mantêm como sentimento e como prática. Ela não é fixa, as memórias se rearranjam, se organizam e se articulam a novas experiências; a é sempre presente.

Já a História diz respeito a um tempo passado mais amplo, que se cristaliza no registro escrito e que se distancia dos que a viveram. A História é uma reconstituição, uma representação do passado, produzida a partir do distanciamento, da análise intelectual do discurso crítico.