sábado, 5 de junho de 2010

Idioma predominante: o falar brasileiro


Idioma predominante: o falar brasileiro

O famoso professor Pasquale Cipro Neto e sua luta (de tempos!) contra o gerundismo, o famoso, Ministro Aldo Rebelo e sua luta, desde a Câmara dos Deputados, pela forma correta de falar o idioma pátrio. O português.

Aí é em minha modesta opinião que se inicia o grande erro. Por isso o enorme esforço que ambos vêm realizando, em todas as oportunidades que têm, para que nós brasileiros falemos todos - mesmo que não completamente - um correto português.

O erro é que: se somos brasileiros nossa língua é brasileira e devemos falar o idioma brasileiro, da mesma forma que portugueses falam português, franceses falam francês, italianos falam italiano, japoneses falam japonês e por ai vai.

Nunca vai dar certo brasileiro falar português! Primeiro porque não sentimos como nossa língua, a língua que falamos, e sim de outro, o estrangeiro (no caso o português), o que acredito, sedimenta o sentimento de usurpação, dos primórdios da colonização. Segundo porque o idioma português não é o idioma brasileiro, que tem “dialetos” diferentes no País, devido às suas características regionais. Terceiro porque importamos palavras de diferentes países, mas com grande destaque para o inglês, haja vista os delivery, off , trade, edge etc.

Para exemplificar as diferenças do português “legítimo”, uma das mais comuns é bicha, que para nós brasileiros significa um tipo de verme ou um rótulo advindo de uma opção sexual, enquanto que para os portugueses é uma fila de espera.

Além desses exemplos temos muitos outros como o mouse para computadores, que em brasileiro foi importado do inglês (mouse mesmo) e que o português chama de rato. Além do pois sim deles que é sim, e o pois não nosso é que sim.

Aqui no Brasil, mano na Região Norte, é qualquer pessoa, amigo íntimo ou não, na Região Sudeste pode ser cara no Rio de Janeiro, amigo, ou tio em São Paulo, ocê ou criatura em Minas Gerais.

Na Região Sul, guri ou guria não é usado apenas para crianças, qualquer pessoa pode ser, enquanto muitos se tratam por meu velho, minha velha ou mãe e pai, enquanto são na verdade casais de qualquer idade, além do tchê.

Já no Nordeste se usa cabra, para certos casos, amigo para outros, e de um insignificante turista você vira Doutor, ou Doutora, por todos aqueles que lhe prestam serviços em hotéis, táxis e cabanas beira-mar.

Além desses exemplos teríamos muitos outros, adaptados à nossa brasileira forma de ser, entender e conhecer as coisas da vida, importados de ingleses, americanos, franceses, espanhóis, holandeses como também dos portugueses, africanos, além dos índios (que já viviam aqui).

Para mim é muito claro.

Enquanto essa coisa que não é nossa, mal definida, dúbia na identidade – língua portuguesa – idioma português – continuar assim, estaremos sujeitos às importações delivery, gerundismos e outras tão abominadas por brasileiros como atual Ministro Aldo Rebelo, o Professor Pasquale Cipro Neto e modestamente eu e, tenho certeza, muitos outros brasileiros.

“A gente pensa” pensa que a globalização se deu só no mundo dos negócios, enganamo-nos. A globalização envolveu também os idiomas pátrios, daí as importações grotescas tipo disk isso, disk aquilo, que nem os estrangeiros sabem o que é. Só enfraquecemos nosso próprio idioma e com a forma de expressão nosso patriotismo.

Por este motivo, aliás, o inglês é apenas umas das diversas línguas que devemos saber hoje, como espanhol, francês, chinês e tantas outras que interessam ao nosso País.

Já pararam para pensar? Se começamos a adaptar ou importar expressões chinesas? Um exemplo: ma em mandarim - que é o idioma predominante chinês e que possui muitos dialetos – dependendo do tom que você fala pode significar “cânhamo”, “mãe” ou “cavalo”....

É imperioso e necessário que se crie já, a consciência da língua brasileira, do idioma brasileiro caso contrário “estaremos importando uma língua, que seremos obrigados a falar assim: vou estar telefonando para algum planeta, para estar solicitando uma pizza delivery, pelo disk-pizza”, ou ainda “caso contrário me inclua fora dessa”, ou então “between, between my well”, este último em out-doors de escolas de inglês...

Ou então “esse filé dá satisfeitamente pra duas pessoas comê”. Já aconteceu comigo, quando a trabalho por esse “brasilzão”, já ouviram isso?

Deixo de falar do tupi-guarani e outras línguas ou dialetos indígenas, porque os considero brasileiros, assim como se lê em capas de dicionários: ...Dicionário da língua brasileira...

Um último alerta, os moçambicanos não se sentem portugueses, os angolanos não se sentem portugueses, os nascidos em São Tomé e Príncipe, Macau, da mesma forma que os brasileiros não se sentem portugueses, e isso não é entrave para os progressos da CPLP.

Alô, Alô, Marciano, aqui quem fala é a terra....
...até a próxima!!!!!!!

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