O Mundo das ideias
Se olharmos 20 cavalos lado a lado iremos verificar que nenhum deles é igual ao outro. Diferem na cor, no tamanho, nos defeitos. Mas saberemos que todos são cavalos. Por que temos esta certeza? Por que temos a imagem mental do que seja um cavalo.
Pois Platão interessou-se por este questionamento. Os filósofos anteriores a Sócrates, e por isso chamados pré-socráticos, se dedicaram a explicar os fenômenos da natureza e de que são constituídas as coisas. Alguns afirmaram que tudo era transitório, outros que nada mudava. Platão aproveitou as duas idéias.
Na natureza tudo era imóvel, mas ao mesmo tempo tudo mudava. O filósofo criou uma teoria de dualidade. Tudo na natureza é composto por duas partes.
Uma que alcançamos por nossos sentidos. Assim vemos o tamanho de um cavalo, sua cor, seus defeitos, sentimos seu cheiro, sentimos sua pele. É o que chamou de mundo sensível. E tudo que pertence a este mundo está em transformação, é transitório.
Mas a outra parte, que ele chamou de mundo das idéias, só é acessível pela razão. Neste mundo está a idéia do que seja um cavalo, a "forma" que "moldou" o cavalo. E o mundo das idéias é eterno e imutável.
O mais interessante, é que na sua teoria, este mundo da idéia existe antes do sensível. A idéia do cavalo existe antes do cavalo em si. Segundo Platão, as almas vivem no mundo das idéias e encarnam no mundo sensível esquecendo das idéias que existiam em seu mundo original. Quando tem contato com os cavalos através dos sentidos vai aos poucos lembrando da idéia de um cavalo. Esta idéia, que alcança através da razão, é o cavalo perfeito, eterno.
Desta forma, a alma existe antes do corpo, e em nosso mundo fica limitada pela matéria. O corpo é uma prisão para a alma. O bom é o mundo das idéias. O mundo da matéria é instável, aparente e tenta imitar sem muito sucesso o mundo das formas.
É claro que muita gente contesta esta idéia de Platão, a começar por seu discípulo mais famoso, Aristóteles. E você? O que acha?
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