Relativismo cultural
O Relativismo cultural é uma ideologia político-social que defende a validade e a riqueza de qualquer sistema cultural e nega qualquer valorização moral e ética dos mesmos.
O relativismo cultural defende que o bem e o mal, o certo e o errado, e outras categorias de valores são relativos a cada cultura. O "bem" coincide com o que é "socialmente aprovado" numa dada cultura. Os princípios morais descrevem convenções sociais e devem ser baseados nas normas da nossa sociedade. Portanto esta atitude consiste em aceitar as diferenças culturais, considerando que estas devem ser respeitadas e preservadas, e como tal não pode haver misturas entre as culturas. O relativismo cultural pode levar ao racismo, isolamento e estagnação.
Relativismo cultural é o princípio que prega que uma crença e/ou atividade humana individual deva ser interpretada em termos de sua própria cultura. Esse princípio foi estabelecido como axiomático na pesquisa antropológica de Franz Boas nas primeiras décadas do século XX e, mais tarde, popularizado pelos seus alunos. A idéia foi articulada por Boas em 1887: "...civilização não é algo absoluto, mas (...) é relativa, e, nossas idéias e concepções são verdadeiras apenas na medida de nossa civilização".
O Multiculturalismo foi o responsável por uma série de estudos de ordem organizacional dentro do mundo corporativo. Afinal, é justamente a esfera econômica a primeira a se emaranhar nos termos da globalização. E globalização comercial envolve, como vimos no caso Nintendo, a consideração de valores morais, de normas de comportamento e de modos corretos de se agir comercialmente. A questão é que agir comercialmente implica em resolver problemas que, em um contexto globalizado, nenhuma nação havia tido de enfrentar antes. Diante disso, o multiculturalismo se impõe como elemento fundamental na aprendizagem conceitual e nos processos de inovação, tão necessários na época da mobilidade. Isso ocorre porque, no que tange à resolução de problemas, como afirma Fleury, cada grupo desenvolve suas próprias formas de resolver seus problemas comuns, de acordo com sua própria cultura organizacional.
Se nossa cultura concebe formas de lidar com diversos problemas, incluindo os de ordem empresarial e corporativista, isso não quer dizer que nossas formas de resolução sejam as únicas possíveis, muito menos as únicas corretas ou adequadas. Abre-se, portanto, o caminho para a observação das diferenças de cultura organizacional como formas variadas de resolução, que muito podem contribuir para se enfrentar os novos problemas que emergem na pós-modernidade.
Dentro do novo contexto de relações empresariais que nos encontramos, para empreender um processo organizacional adequado e efetivo, torna-se necessário, conforme Afonso Fleury:
Compreender as formas de interação, as relações de poder no interior das organizações e sua expressão ou mascaramento através de símbolos e práticas organizacionais.
É o que teve de ser feito no caso da inserção dos países do Oriente no mercado Ocidental. Não bastou simplesmente o uso convencional das práticas administrativas. Tornou-se necessário o conhecimento do contexto cultural que valida as ações das empresas orientais. Da mesma forma, diante das circunstâncias diferenciadas emergentes nas novas relações de negócios, o juízo moral sobre as práticas culturais necessita ser reavaliado, o que coloca a questão ética em primeiro plano como elemento determinante nas orientações administrativas do século XXI.
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