sábado, 12 de fevereiro de 2011

Memória, onde està?


Memória, onde está?

A memória está nos nossos corpos, nas lembranças que carregamos conosco e também está nos objetos, nas fotos, nos registros escritos. As memórias dos grupos se referenciam, também, nos espaços em que habitam e nas relações que constroem com esses espaços.

Ao longo dos séculos, a humanidade vem reunindo em coleções de objetos e registros e criando espaços específicos para armazenar os traços e vestígios do passado, a memória social, testemunhos da experiência e da vivência dos grupos.

Em espaços privados, ao lado dos templos, ou em monumentos e arcos, bibliotecas e arquivos, os vestígios do passado chegam ao presente. A partir do século XVIII, estas instituições se organizam e muitas se tornam públicas, dando origem a diferentes instituições de memória como os museus (a casa das musas), pinacotecas, arquivos públicos, bibliotecas que hoje conhecemos e freqüentamos, com objetivos educativos, culturais, de lazer e entretenimento.

O século XX viu a multiplicação destas instituições de memória. Museus de História, de Ciências, museus da Guerra, museus da Imigração. Cidades abandonadas pelo declínio econômico de certas atividades (metalurgia, por exemplo) são convertidas, inteiras, em museus. Cada vez mais cenográficas, muitas dessas instituições não resumem seus objetivos a trazer dados do passado, mas pretendem recriar o passado, reviver a memória, as antigas tradições, reconstruir identidades. A transmissão fria de informações dá lugar à sensibilização dos visitantes.

Esta multiplicação de espaços e atividades destinadas a preservar a memória ocorre justamente num tempo em que vivemos, como nunca, a sensação de enorme velocidade e de perda iminente das memórias e referências do nosso passado.

Um comentário:

Rita Santana disse...

Luiz, obrigada pela visita ao meu blog Barcaças. O seu comentário trouxe um ramo bem verde de alegria à minha alma. parabéns pelo seu blog trantando de questões tão importantes e delicadas quanto à memória, a História. As fotos são belíssimas e trazem essa força de cenários surreais, objetos caros ao nosso afeto, símbolos. Continuemos nossa construção. Abraços! Rita