sábado, 24 de julho de 2010

Relativismo cultural


Relativismo cultural

O Relativismo Cultural é uma ideologia político-social que defende a validade e a riqueza de qualquer sistema cultural e nega qualquer valorização moral e ética dos mesmos.

O Relativismo cultural defende que o bem e o mal, o certo e o errado, e outras categorias de valores são relativos a cada cultura. O "bem" coincide com o que é "socialmente aprovado" numa dada cultura. Os princípios morais descrevem convenções sociais e devem ser baseados nas normas da nossa sociedade.

Relativismo cultural é o princípio que prega que uma crença e/ou atividade humana individual deva ser interpretada em termos de sua própria cultura. Esse princípio foi estabelecido como axiomático na pesquisa antropológica de Franz Boas nas primeiras décadas do século XX e, mais tarde, popularizado pelos seus alunos. A idéia foi articulada por Boas em 1887: "...civilização não é algo absoluto, mas (...) é relativa, e, nossas idéias e concepções são verdadeiras apenas na medida de nossa civilização".

O próprio Boas não usou tal termo, que acabou ficando comum entre os antropólogos depois da sua morte em 1942. O termo foi usado pela primeira vez em 1948, após sua morte, na revista American Anthropologist. O termo em si representa como os alunos de Boas resumiram suas próprias sínteses dos vários princípios ensinados por Boas.

Relativismo cultural envolve específicas declarações epistemológicas e metodológicas. Se tais afirmações necessitam ou não de uma postura ética é um argumento para ser debatido. No entanto, o que é importante é que este princípio não seja confundido com relativismo moral.

Origens Epistemológicas do Relativismo Cultural

Kant quer na gnoseologia, ao apresentar o homem como dotado de conceitos puros a priori, as 12 categorias, quer na ética, através da boa vontade (racional e formal) faz depender o conhecimento e a acção humana de categorias ou formulação universal. Por isso kant não apresenta um pensamento de relativismo cultural. Kant defende sim, a subjectividade - a subjectividade do sujeito epistêmico ou do homem que decide de forma autónoma obedecendo ao (seu) imperativo categórico. Aplicando um aspecto bem interessante da psicologia.

Fonte: wikipédia – a enciclopédia livre

2 comentários:

Genny Xavier disse...

Querido amigo,
A leitura do seu post me fez lembrar um pensamento de Dom Helder Camara que dizia: "Tudo é relativo. Tudo é relativo menos a fome. A fome é absoluta."...me veio a mente de que o relativismo entre o bem e o mal e o certo e o errado é quase indiscutível diante de determinadas condições absolutas impostas aos que têm fome, aos que padecem a miséria da falta de tudo nesta vida...
Pois é...uma leitura sempre nos puxa ao mundo dos questionamentos...
Beijos
Genny

Cláudio Roberto de Souza disse...

Caríssimo Reginaldo, um abraço, valeu pela visita. Compartilho totalmente da opinião acima, que é muito lúcida. A discussão sobre o relativismo é essencialmente política porque remete em última instância às relações de poder e à discussão de temas como direitos humanos ou, como se dizia em um passado não muito distante, direitos naturais. Acrescento ainda: não apenas a fome, mas o infanticídio praticado em tribos indígenas ou o ritual de infibulação ou a 'circuncisão' feminina. Um autor que se bate com uma força impressionante e belíssima contra tal aspecto do relativismo é Carlo Ginzburg em "Relações de força - história, retórica, prova".