sábado, 19 de dezembro de 2009

Cultura e identidade contemporânea


O conceito de identidade engloba:

●a procura por traços distintivos, que singularizam um objeto/pessoa/grupo/comunidade permitindo que seja distinto de outros;
●a busca por traços comuns que permitam reconhecer um objeto/pessoa/grupo/comunidade como sendo o mesmo em épocas diferentes.
A identidade é formada pelo que temos de diferente, de próprio em relação aos outros e o que conservamos sempre igual através do tempo.
Quando aplicado a pessoas, o conceito de identidade é a representação que o sujeito faz de si mesmo, representação esta que sintetiza as múltiplas imagens de si – o que fomos no passado, o que fomos no presente, a representação que os outros têm de nós, a representação ideal do que se gostaria de ser no futuro, a representação de si em diferentes papéis sociais – em uma unidade. Resulta na idéia de quem somos.
Aplicado ao coletivo, é a representação que o sujeito tem de si ou do outro como pertencendo à mesma comunidade. A realidade coletiva é constituída por sistema de crenças, atitudes e comportamentos compartilhados pelo grupo. São modos de sentir, compreender e agir no mundo que se expressam em instituições, comportamentos regulados, artefatos, objetos artísticos, saberes transmitidos. Em uma palavra, que se expressam em uma cultura.
No mundo contemporâneo, em que as várias culturas se sobrepõem, a identidade própria e a coletiva estão sempre em processo, ou seja, não se fecham em uma unidade acabada. Alguns autores preferem falar em identificações múltiplas com culturas diferentes. É possível nos identificarmos, por exemplo, com a cultura feminina tradicional, que privilegia os cuidados da família e, ao mesmo tempo, com um papel profissional, ou com um partido político que exige disponibilidade para a vida fora de casa.
As identificações nem sempre parecem coerentes: uma professora de universidade, que seja mãe e também motoqueira parece uma incongruência. Mas é possível que ela seja uma intelectual séria, em seu papel de pesquisadora e nutridora de mentes e talentos; com responsabilidade moral e afetiva no âmbito da família; e com o direito a momentos de liberdade e de assumir riscos no lazer. Nenhuma dessas representações, por mais diferentes que possam ser, é incompatível com as outras, pois não entram em contradição.
É importante lembrar que nossa identidade é forjada dentro das várias culturas das quais participamos, desde a cultura familiar, que nos dá os valores básicos que guiam nossos primeiros anos de vida, até as culturas que escolhemos à medida que nos tornamos seres adultos autônomos. Essas culturas podem reforçar, negar ou agregar outros valores àqueles que aprendemos e assumimos junto às nossas famílias.

Fonte: http://www.educarede.org.br

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