Esta variante da História salienta o sentimento de pertença a uma determinada comunidade que reconhece as mesmas vivências, reforça e entrelaça os fenômenos culturais e sociais e o conjunto de hábitos e atitudes. Ao mesmo tempo, através dela compreende-se e interpreta-se melhor a cultura dos outros.
IDENTIDADE, CULTURA E MEMÓRIA nesse NORDESTE CONTEMPORÃNEO de causos e fatos interessantes do ontem e do hoje passado no interior alagoano de gente encantadora e abraço pronto!
sábado, 28 de março de 2009
Esta variante da História salienta o sentimento de pertença a uma determinada comunidade que reconhece as mesmas vivências, reforça e entrelaça os fenômenos culturais e sociais e o conjunto de hábitos e atitudes. Ao mesmo tempo, através dela compreende-se e interpreta-se melhor a cultura dos outros.
sábado, 21 de março de 2009

Antes tarde do que nunca. Finalmente, Luiz Gonzaga, DNA não apenas da música nordestina, mas da MPB como um todo, terá uma homenagem por aqui mais uma vez onde desempenho estudo temático com ênfase no Imaginário e Identidade do Nordeste na obra de Gonzagão. Inclusive por aqui no blog já dediquei post ao nosso querido Lua, só é conferir.
O rei do baião pode ser considerado um dos primeiros popstars brasileiros. As inúmeras turnês que fez pelo Brasil comprovaram a identificação do público com sua obra.
Pioneiro, Luiz Gonzaga foi responsável pela sistematização de uma série de elementos visuais, rítmicos, melódicos, comportamentais e poéticos que construíram um formato autêntico e rico de cultura regional nordestina facilmente reconhecível até hoje.
O Brasil conheceria menos o Nordeste sem ele. Com seu chapéu de couro e a bandoleira de cangaceiro cruzada no peito, ele espalhou os ritmos e o jeito de sua terra mundo afora. Mas o próprio Nordeste talvez conhecesse menos o Nordeste sem o gênio que resumia naquela figura celebérrima de sanfoneiro. Autor de sucesso como Asa branca, Juazeiro, Assum preto e Último pau-de-arara, Luiz Gonzaga, o Gonzagão, não foi apenas a voz que fez falar o sertão silencioso. Assim como o Brasil conheceria menos o Nordeste e o Nordeste conheceria menos a si mesmo, também o Brasil, sem ele, conheceria menos o Brasil.
domingo, 15 de março de 2009
Sempre questiono o porquê do ensino da História. São tantas datas, fatos, “heróis”, lugares e contextos que parecem que não servem para muita coisa, além de base para questões do vestibular. No entanto, há um erro muito grande nessa afirmação anterior, quem disse que História se limita às datas, aos fatos, aos supostos heróis, aos inúmeros lugares e contextos?
Esse deve ser ponto central do ensino da História, a vida, pois nos esquecemos que a História é feita por homens e mulheres que também tiveram 13, 15,17 ou 23 anos um dia, que também tiveram dúvidas, desejos e escolhas. Esses Seres Humanos entraram para a galeria da História porque em algum momento – para bem ou o mal – fizeram escolhas e certamente saíram do lugar comum e assumiram a História em suas mãos.
Meus caros, entre tantas outras utilidades que a História nos serve – e veremos isso ao longo do ano – uma das mais importantes é nos fazer entender que nós somos os únicos responsáveis pelas nossas vidas e por nossas escolhas, não quero dizer que somos uma ilha, porém precisamos tomar a História em nossas mãos, não para fazermos parte de livros, mas para modificarmos nossas próprias vidas e – por que não? – estimular um pouco a mudança na vida das pessoas que amamos ou daquelas que precisam.
(Henry Peter).
domingo, 8 de março de 2009

A MINHA “IRMÔ - UMA GRANDE MULHER
Passados quatro anos da tua morte, julgo que já é tempo de te prestar a minha homenagem.
Partiste num pranto de dor, apenas junto daqueles que realmente te amavam. Nos últimos dias da tua existência via em ti alguém que queria partir e que já tinha sofrido o suficiente.
Mais uma vez quebro a rotina do blog em temas temáticos para entrar no universo da memória e desta forma homenagear uma grande e excepcional mulher: dona Maria de Lourdes, ou simplesmente Dona Lourdinha, em cujo sobrenome (Santos) impõe-se a marca da grandeza da mulher nordestina.
Viveu, Dona Lourdinha, 59 anos de intensas atividades diversificadas tais como doméstica, comerciante, educadora e também como administradora de uma prole que só lhe deu alegrias e muito orgulho. Pudera! Sempre soube impor a ela o verdadeiro sentido do amor ao próximo e que a honradez e a dignidade são os maiores valores que alguém pode exibir em sua vida. Sua vida inspirou exemplos dignos, fidalgos da primazia a grandeza.
Dona Lourdinha a exatos quatro anos nos deixou órfãos. Partiu para o plano superior. Serena, consciente de que nenhum dos seus rebentos, muito mais sucedâneos, seqüenciarão na conformidade do que ensinou ou nutriu, o sonho que sempre acalentou no sentido de que a harmonia familiar continuará como exemplo maior que se pode legar.
Com Luiz Correia dos Santos, mais conhecido como seu Luiz de Dom, seu companheiro e marido (cuja existência é exemplo de honradez e caráter).
Construiu um particular mundo que pode ser descrito como um recanto onde se adensaram nas belezas da cidade de Delmiro Gouveia, localizada na região sertaneja alagoana. Nascida no então estado de Pernambuco, ela e seu Luiz de Dom – também nordestino, só que alagoano -, mantiveram no município uma primorosa residência onde abundavam harmonia e felicidade mutua.
Braço direito do marido, enquanto este se dedicava a vida de comerciário e comerciante, ela administrava vamos dizer assim a propriedade e, concomitantemente, tratava da educação e formação da cidadania dos três filhos – Lucineide, Luciano e Lucielma -,simbolizando o resultado exitoso de sua missão de mulher e mãe exemplar, sem falar dos vários agregados que por lá viviam onde um desses no qual me refiro sou eu mesmo.
Dona Lourdinha é, no sentido mais representativo da dedicação e do amor, o exemplo, também, mais eloqüente de que vencer na vida é via de conseqüência resultante de competência materna.
Eu gostava de ouvi-la. Dona Lourdinha sempre tinha na ponta da língua uma palavra de conforto e de equilíbrio, todas as vezes que instada a se pronunciar sobre questões do cotidiano. Ou da própria vida. Era sábia, realista e mantinha uma linha de filosofia de vida. Dinâmica, estava sempre ocupada com assuntos sérios. Solidária, nunca entendeu como sacrifício, correr em socorro dos outros.
Não duvido de milagres. Sou um sujeito pragmático. Entretanto, creio que para o comum dos mortais o céu está muito distante ou impossível de ser alcançado. Mas para Dona Lourdinha, criatura diferenciada, o céu, sim, ela já mereceu. De lá das alturas, continuará olhando para os seus com o mesmo fervor, todavia com muito mais força e poder, porque está ao lado de Deus.
Dona Lourdinha nunca deixou de manifestar a sua crença nos milagres. Induvidoso é que se alcançou esse lugar privilegiado nas alturas, não foi por milagres. Foi por mérito. Deus é justo.
Ao contemplá-la no seus últimos dias de vida, me assaltou um sentimento de profunda tristeza, ao mesmo tempo de revolta, porque pessoas como ela jamais deveriam morrer. A mesma coisa me ocorreu quando vi um dos meus outros irmãos, se preparando para ganhar outra dimensão.
Dona Lourdinha foi uma extraordinária mulher, irmã, mãe. O que mais marcou a sua personalidade foi a humildade, o amor ao semelhante, a palavra de perdão e o profundo sentimento religioso. Faz-me uma falta imensa.
Mas o vazio que essa heroína, Dona Lourdinha, nos deixa com sua partida definitiva, é realidade inquestionável: jamais será preenchido.
Os dias festivos, as datas comemorativas marcarão, para sua família, ainda mais a sua ausência. Era ela quem cuidava de reunir filhos, genros, nora e netos em torno de si.
Dona Lourdinha representou e honrou o verdadeiro sentido da palavra família.
Sua saudade será eterna para aqueles que aprenderam a verdadeiramente amá-la.
Um grande poeta contemporâneo certa vez escreveu: “O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis” – Fernando Pessoa. Esta citação nos dá a grandiosidade do ser humano imaginado e representado como identidade da mulher que todos nós gostávamos e que agora de uma maneira fantástica está no patamar lá de cima nos guiando com o aprendizado que nos foi dado ainda aqui em vida.
A linha de conteúdos nesse blog inicialmente em sua elaboração era trazer posts interessantes com temas que de uma maneira ou outra envolvesse o nosso cotidiano citando a cultura, identidade e memória, e hoje trago a tona um ensaio que a muito vinha se construindo, que é a memória da lembrança em vida de minha irmã que representou muito na nossa caminhada.
Ela partiu nos deixando órfãos em uma terça-feira, oito de fevereiro do ano de dois mil e cinco, ficando ali a certeza que o melhor de maneira brilhante tinha se manifestado. Nossa casa ficou vazia, sem a sua presença, deserta do seu convívio. Porém em nossas vidas ficará as marcas imorredoras de sua bondade que será lembrada eternamente em nossos corações, brotando preces para o descanso eterno da sua alma. De repente, os sonhos, a luta, os planos, a vida, tudo se foi, de agora em diante, só saudades pelo vazio que você deixou.
A morte criou um lugar no meu coração maior do que quando eras viva, pois só aí me apercebi plenamente da tua importância para mim.
Termino esta minha homenagem com uma promessa e uma certeza: nunca te esquecerei, estarás sempre no meu coração!
Aí de cima, não deixes de olhar por nós e de nos ajudares.
Com muito amor e saudade. Valeu Dona Lourdinha!!!!!!!!!!!!!!!!