sábado, 26 de dezembro de 2009

Cultura contemporânea


Cultura contemporânea

A cultura contemporânea, também chamada de pós-moderna, caracteriza-se pela flexibilização das fronteiras entre erudito e popular, tradição e novidade, cultura letrada e cultura oral, cultura regional e cultura global, cultura dominante e cultura dominada. Caracteriza-se também pela fragmentação entre múltiplas afiliações, preferências, papéis sociais, etnias, gêneros e assim por diante.

A cultura do livro, da leitura de um texto, que demanda um tempo de trabalho visando à compreensão das idéias do autor, um tempo emocional para entrar no universo aberto pela história e pela temática, vem sendo substituída pela cultura que se poderia chamar de audiovisual: em parte, uma cultura oral, passada de boca em boca, comentada em cada esquina, repetida por muitos; em parte, uma cultura visual, da imagem. Esse modo cultural contemporâneo é sustentado pelo entretenimento, pela publicidade, mas também pela moda, que oferece, com rapidez, aquilo que se poderia desejar sem demandar grandes esforços. Por exemplo, no videoclipe, o que importa é que nos entreguemos ao desfile de imagens e sons, às eventuais emoções que eles possam suscitar, sem precisar procurar um fio narrativo ou tentar estabelecer ligações de sentido entre letra, imagem e som.

A cultura do entretenimento, ao oferecer o mundo como espetáculo constante, a ser consumido e descartado a cada novo momento, propicia a falta de reflexão, a imitação de padrões às vezes inadequados às necessidades sociais do grupo ou pessoais, a confusão entre realidade e ficção. Como exemplo, podemos citar a eleição a cargos públicos de tantos profissionais do entretenimento, sejam eles cantores, atores de cinema, ou apresentadores de programas sensacionalistas de rádio ou de televisão, como o caso de Afanásio Jazadi (eleito deputado estadual por São Paulo em 1986) que se promoveu à custa de exibir o mundo do crime.

A publicidade também projeta, por meio de imagens e trilhas sonoras, aquilo que gostaríamos de ser, mesmo que não o sejamos. Sempre se pode usar o produto, em lugar da qualidade anunciada. E, nessa tarefa, a moda também ajuda a projetar a imagem que se faz de si mesmo ou que gostaríamos que os outros fizessem de nós. O que não se pode esquecer, entretanto, é que a imagem, apesar de mais concreta do que a palavra, é certamente mais ambígua, e seu sentido precisa ser interpretado com cuidado. A imagem se apresenta no espaço e pode ser percebida em um relance, em um instante. Entretanto, para que sua leitura seja mais completa e profunda, precisamos de tempo para analisá-la. Quais são os valores que a imagem projeta? Que elementos ali presentes compõem a mensagem? Como eles se articulam entre si, ou com os textos verbal e musical? O que dizem do contexto de produção? Como se ligam ao contexto de consumo?

A cultura contemporânea é plural, oferece inúmeras possibilidades de identificações diferentes, simultâneas ou não. Será ela, contudo, mais democrática? Ou será que só cria a ilusão de inclusão, de permissão de múltiplas escolhas? Devemos sempre nos lembrar que, para escolher livremente, precisamos conhecer as alternativas e o que elas significam em termos de direitos, deveres e conseqüências.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Cultura e identidade contemporânea


O conceito de identidade engloba:

●a procura por traços distintivos, que singularizam um objeto/pessoa/grupo/comunidade permitindo que seja distinto de outros;
●a busca por traços comuns que permitam reconhecer um objeto/pessoa/grupo/comunidade como sendo o mesmo em épocas diferentes.
A identidade é formada pelo que temos de diferente, de próprio em relação aos outros e o que conservamos sempre igual através do tempo.
Quando aplicado a pessoas, o conceito de identidade é a representação que o sujeito faz de si mesmo, representação esta que sintetiza as múltiplas imagens de si – o que fomos no passado, o que fomos no presente, a representação que os outros têm de nós, a representação ideal do que se gostaria de ser no futuro, a representação de si em diferentes papéis sociais – em uma unidade. Resulta na idéia de quem somos.
Aplicado ao coletivo, é a representação que o sujeito tem de si ou do outro como pertencendo à mesma comunidade. A realidade coletiva é constituída por sistema de crenças, atitudes e comportamentos compartilhados pelo grupo. São modos de sentir, compreender e agir no mundo que se expressam em instituições, comportamentos regulados, artefatos, objetos artísticos, saberes transmitidos. Em uma palavra, que se expressam em uma cultura.
No mundo contemporâneo, em que as várias culturas se sobrepõem, a identidade própria e a coletiva estão sempre em processo, ou seja, não se fecham em uma unidade acabada. Alguns autores preferem falar em identificações múltiplas com culturas diferentes. É possível nos identificarmos, por exemplo, com a cultura feminina tradicional, que privilegia os cuidados da família e, ao mesmo tempo, com um papel profissional, ou com um partido político que exige disponibilidade para a vida fora de casa.
As identificações nem sempre parecem coerentes: uma professora de universidade, que seja mãe e também motoqueira parece uma incongruência. Mas é possível que ela seja uma intelectual séria, em seu papel de pesquisadora e nutridora de mentes e talentos; com responsabilidade moral e afetiva no âmbito da família; e com o direito a momentos de liberdade e de assumir riscos no lazer. Nenhuma dessas representações, por mais diferentes que possam ser, é incompatível com as outras, pois não entram em contradição.
É importante lembrar que nossa identidade é forjada dentro das várias culturas das quais participamos, desde a cultura familiar, que nos dá os valores básicos que guiam nossos primeiros anos de vida, até as culturas que escolhemos à medida que nos tornamos seres adultos autônomos. Essas culturas podem reforçar, negar ou agregar outros valores àqueles que aprendemos e assumimos junto às nossas famílias.

Fonte: http://www.educarede.org.br

sábado, 12 de dezembro de 2009

Comunicação de massa & cia.


Comunicação de massa & cia.

Não da para falar de comunicação de massa sem falar também em cultura de massa, sociedade de massa e indústria cultural. Podemos dizer que a comunicação de massa é uma característica fundamental da sociedade de massa. Ela surgiu no séc. XIX, com o jornal diário, mas se consolidou no séc. XX com o rádio, o cinema e o meio de comunicação de massa por excelência, a TV.

A comunicação de massa é a comunicação feita de forma industrial, ou seja, em série para atingir um grande número de indivíduos, a sociedade de massa. Numa visão apocalíptica, ela é uma conversão da cultura em mercadoria, utilizada pelas classes dominantes de forma vertical para homogeneizar as massas. Para definir esta conversão, os frankfurtianos Adorno e Horkheimer criaram o termo Indústria Cultural, citado pela primeira vez em Dialética do Iluminismo.

Hitler e Mussolini conheciam bem e comprovaram o poder homogeinizador da comunicação de massa, utilizando o rádio e o cinema para difundir suas ideologias políticas e mobilizar as massas. Mas existe uma diferença, embora pequena, entre a industria cultural produzida pelo Estado e a difundida pelas empresas, indústria e comércio, como acontece no modelo norte-americano. No primeiro modelo fica claro o totalitarismo político, porém a sociedade de massa, apesar de não parecer também é uma sociedade totalitária e muito mais perigosa, pois os dominados não têm consciência de que assim o são e não percebem até onde vai essa dominação. Como bem disse Adorno: "O consumidor não é rei, como a indústria cultural gostaria de fazer crer, ele não é o sujeito dessa indústria, mas seu objeto."

A Indústria cultural é conseqüência da industrialização e do desenvolvimento de uma cultura de mercado e exerce um poder alienante sobre as massas, impedindo que elas tenham um certo grau de consciência e reflitam sobre o mundo à sua volta. Segundo Lazarfeld a comunicação possui uma "disfunção narcotizante, pela qual os meios de comunicação criam a ilusão de uma participação nos processos que definem a sociedade, mas é neste mesmo movimento ilusório que eles imobilizam suas audiências." Esta disfunção fica clara na comunicação de massa.

Alguns teóricos afirmam que a comunicação de massa não é uma verdadeira comunicação, pois a comunicação é uma via de dois sentidos e a comunicação de massa ocorre num único sentido. Mesmo assim, a comunicação de massa é um fenômeno praticamente mundial, o que proporciona um mundo "unido pela comunicação" ou o surgimento da Aldeia Global. Segundo McLuhan, "as culturas de massa criadas pelos modernos meios eletrônicos (sobretudo a televisão), e sua linguagem própria, baseada na imagem, significava o surgimento de uma nova cultura popular que ia permitir a comunicação entre os habitantes da aldeia global em um mundo comprimido pelas redes eletrônicas de informação, de onde deduzimos que não há a preocupação com o que se informa, a estes meios basta, tão somente comunicar".

sábado, 5 de dezembro de 2009

Comunicação de massa II
Comunicação de massa e seus novos valores

“A mídia não é apenas a mensagem. A mídia é uma massagem. Estamos constantemente sendo acariciados, manipulados, ajustados, realinhados, e manobrados.”

Os meios de comunicação são considerados como o resultado do processo histórico-científico, no qual a humanidade foi progredindo na descoberta de recursos e valores em tudo o que foi criado, ou seja, a sociedade é o que é, hoje, devido ao desenvolvimento de tecnologias que trouxeram novos valores, novas formas de relacionar-se. A mídia influencia o modo de vida e o comportamento das pessoas nem sempre para o bem, mas ela tem função na nossa sociedade. Qual seria? Ela não assume outras funções, além das suas, ou será que não estão bem estabelecidas?

A pós-modernidade caracteriza-se por fatores como individualismo, consumismo, conhecimento especializado, cultura de massa e, principalmente, valores voláteis. Todos estes fatores estão cada vez mais presentes, porque a internet facilita a comunicação entre as pessoas, tornando-a rápida, acessível para os que estão distantes uns dos outros, mas traz também um contato virtual, relacionamentos superficiais e o isolamento do restante da sociedade. Além disso, aumentou-se o consumismo com o aumento de propagandas e com o surgimento de lojas virtuais.
A indústria cultural atingiu o patamar de ditadora da vida cotidiana: o trabalho, o lazer e outras ações da população são programadas de acordo com os interesses das grandes corporações de entretenimento. A mídia oferece às pessoas sugestões do que fazer, no entanto, o grande problema é que essas sugestões se tornam obsessões, porque todos querem estar “na moda”, querem fazer parte da sociedade, de qualquer forma, mesmo que para isto seja necessário perder a autenticidade e valores morais.
Além disso, a mídia exerce um papel de socializadora e educadora, funções antes ocupadas pela família, pela escola e pela Igreja. Este novo papel é saudável para as novas gerações, é exercido com a devida seriedade? É claro que não se pode generalizar, existem, sim, programas educativos, que trazem reflexões críticas sobre os mais variados assuntos. Agora, há um grande contraponto, porque muitos programas falam sobre violência, tráfico de drogas, como se fossem assuntos banais. Crianças e jovens são educados em meio a tudo isto, não existe filtros para o que veem na televisão e na internet.
Não se pode dizer que os meios de comunicação têm apenas a função de informar. Hoje, o que é vendido não é mais informação e sim, conhecimento. Acontecimentos são de graça, você fica sabendo o que acontece do outro lado do mundo, instantaneamente. As pessoas querem conhecimento, pois não basta estar atualizado para se conseguir um emprego, para se destacar no meio de tantos. Ao se conhecer os fatos, é necessário ter uma leitura de mundo, fazer comparações, traçar paralelos.
Percebe-se assim, que a mídia possui muitas funções, nem sempre muito bem delimitadas, mas que se tornaram bastantes expressivas com o desenvolvimento da tecnologia e do capitalismo. Antigamente, a principal função da mídia era informar. Hoje, ela precisa passar conhecimento, socializar, educar. Todas estas funções nem sempre são realizadas para o bem. Muitas vezes, programas de televisão, jornais, revistas e internet manipulam conteúdos, impedindo o espectador de fazer uma análise crítica de tudo que absorve.
A Internet é hoje sem dúvida um dos canais de comunicação, divulgação e vendas de melhor relação custo benefício da história. Se isso não bastasse, quebra barreiras geográficas, cria novas oportunidades de negócio e revoluciona “velhos mercados” todos os dias.
O Brasil é 6º maior País em número de acessos, são 40 milhões de usuários que passam em média 24 horas por mês conectados a rede. Portanto, tudo isso, ao alcance de um simples clique!