sábado, 25 de julho de 2009

Cultura ofuscada

Hoje volto com mais uma pérola tematizando a Cultura de Massa, espero que assimile!
«Não é que, no nosso tempo, o representante da cultura seja menos escutado do que no passado o eram o teólogo, o artista, o sábio, o filósofo, etc. É que, atualmente, tem-se consciência da massa que vive de mera propaganda. Também no passado, as massas viviam de má propaganda, mas, então, sendo a cultura elementar menos difundida, essa massa não imitava as pessoas verdadeiramente cultas e, portanto, não fazia surgir o problema de saber se estava mais ou menos em concorrência com essas pessoas cultas.»

sábado, 18 de julho de 2009

História do Cordel

A Origem nas Feiras Medievais

Nossa viagem em busca das origens do cordel começa na Europa, na Idade Média, num tempo em que não existia televisão, cinema e teatro para divertir o povo. A imprensa ainda não tinha sido inventada e pouquíssima gente sabia ler e escrever. Os livros eram raríssimos e caros, pois tinham de ser copiados a mão, um a um. Então, como as pessoas faziam para conhecer novas histórias?
Pois bem, mesmo nos pequenos vilarejos existia um dia da semana que era especial: o dia da feira. Nessas ocasiões, um grande número de pessoas se dirigia à cidade, e ali os camponeses vendiam seus produtos, os comerciantes ofereciam suas mercadorias e artistas se apresentavam para a multidão.
Um tipo de artista muito querido por todos era o trovador ou menestrel. Os trovadores paravam num canto da praça e, acompanhados por um alaúde (um parente antigo dos violões e violas que conhecemos hoje), começavam a contar histórias de todo tipo: de aventuras, romance de paixões e lendas de reis valentes, como o Rei Carlos Magno e seus doze cavaleiros.
Para guardar tantas histórias na cabeça, os trovadores passaram a contar suas histórias em versos. Dessa forma as rimas iam ajudando o artista a se lembrar dos versos seguintes, até chegar o fim da história.
Ao final da apresentação, o povo jogava moeda dentro do estojo do alaúde. O trovador, satisfeito, agradecia e partia em direção a próxima feira.
Até a próxima!

sábado, 11 de julho de 2009

A força criativa do Nordeste – Literatura de Cordel

No Brasil a Literatura de Cordel teve seu destaque na região Nordeste entre os anos 30 e 50. Nos meados dos anos 40 aumentou em muito a procura por estes livretos, escritos em versos, sextilhas, septilhas ou décimas impressos em xilogravura. O conteúdo normalmente abrange o relato do dia-a-dia do sertanejo e a vida política do país. Os autores deste gênero de literatura são chamados cordelistas.
Três aspectos da literatura de cordel ressaltam a capacidade do Homem em buscar alternativas para expressar e divulgar a sua criatividade. Além de serem escritos em poesia narrativa, os livretos são impressos artesanalmente em xilogravura no qual a reprodução de imagens e textos se faz por meio de pranchas de madeira gravadas em relevo, tornando possível a impressão de forma simples e barata. E outro aspecto importante é o fato dos livretos serem divulgados e vendidos pendurados em varal de cordas o que deu origem ao nome Literatura de Cordel.
A origem desta forma de expressão tão peculiar é antiga e remete à Europa nos idos do século XV, mas precisamente Holanda e Alemanha. Apesar de serem escritos em prosa, alguns dos folhetos já apareciam em versos impressos em xilogravuras exatamente como ainda hoje, no nordeste brasileiro. Na Espanha, o mesmo tipo de literatura popular era chamado de "Pliegos Suletos" tendo mais tarde chegado a América Latina com o nome de "Hojas" e "Corridos". Na França eram conhecidos como "Literature de Colportage" e eram mais difundidas no meio rural. Na Inglaterra folhetos relatavam acontecimentos históricos e tinham o nome de "Cocks" ou "Catchpennies". Em Portugal, a partir do século VXII, circulavam em feiras as denominadas "Folhas soltas" ou "Volantes".
Acredita-se que a Literatura de Cordel chegou ao Brasil no fim do século XIX trazida pelo colonizador luso. Os próprios autores confeccionavam os textos em formato 11x15 em papel jornal de baixa qualidade. Os livretos eram pendurados em barbantes e cantados em feiras e praças públicas, geralmente acompanhados por um músico.
Ainda hoje a literatura de Cordel mantém-se viva e bastante difundida no Brasil, apesar da tradição ter permanecido em sua maioria na região Nordeste. Vários escritores conceituados foram influenciados pela Literatura de Cordel entre eles, Ariano Suassuna, João Cabral de Melo Neto, José Lins do Rego e Guimarães Rosa.

sábado, 4 de julho de 2009

Música Popular do Brasil

Dizer que a música popular feita no Brasil é caracterizada por sua riqueza é repetitivo, mas é essencial para defini-la.

Sua história começa com os índios e com a música feita pelos jesuítas que aqui aportaram. Esse encontro entre a música dos jesuítas e a música dos indígenas é a pré-história da música popular do Brasil. A evolução desses ritmos primitivos, como o cateretê ou o cantochão, são ainda hoje tocados em festas populares.

A música popular do Brasil só se tornaria mais forte no final do século 17, com o lundu, dança africana de meneios e sapateados, e a modinha, canção de origem portuguesa de cunho amoroso e sentimental. Esses dois padrões, a influência africana e a européia, alternaram-se e combinaram-se das mais variadas e inusitadas formas durante o percurso que desembocou, junto a outras influências posteriores, na música popular dos dias de hoje, que desafia a colocação de rótulos ou classificações abrangentes.

Durante o período colonial e o Primeiro Império, além dos já citados lundu e modinha, também as valsas, polcas e tangos de diversas origens estrangeiras encontraram no Brasil uma nova forma de expressão.

Já no século 19 surgem os conjuntos de chorões, que adaptam formas musicais européias -como a mazurca, a polca e o scottisch- ao gosto brasileiro e à forma brasileira de se tocar essas construções. Surge então, a partir da brasileirização dessas formas, o choro, e firmam-se novas danças, como o maxixe.

Outras duas coisas que ajudaram decisivamente o aparecimento da canção popular no Brasil foram o carnaval carioca e o gramofone. Pixinguinha, João da Baiana, Donga -autor de Pelo Telefone, primeiro samba gravado, em 1917-, foram grandes nomes nesse período, junto com os continuadores dos chorões.

O samba urbano só se firmaria na década de 30, época em que surge a primeira escola de samba, a Deixa Falar, fundada em 1929. Depois, com a popularização do rádio e do disco a música popular se consolidaria e chegaria ao mundo de opções musicais que hoje o Brasil possui.