sábado, 26 de setembro de 2009

Identidade cultural

Como a temática está sempre em evidencia, no post de hoje trago um pouco mais sobre identidade cultural mostrando que segundo teorias recentes, o tema da identidade cultural se constrói de forma múltipla e dinâmica. Boa leitura!

A identidade cultural é um conjunto vivo de relações sociais e patrimônios simbólicos historicamente compartilhados que estabelece a comunhão de determinados valores entre os membros de uma sociedade. Sendo um conceito de trânsito intenso e tamanha complexidade, podemos compreender a constituição de uma identidade em manifestações que podem envolver um amplo número de situações que vão desde a fala até a participação em certos eventos.
Durante muito tempo, a idéia de uma identidade cultural não era devidamente problematizada no campo das ciências humanas. Com o desenvolvimento das sociedades modernas, muitos teóricos tiveram grande preocupação em apontar o enorme “perigo” que o avanço das transformações tecnológicas, econômicas e políticas poderiam oferecer a determinados grupos sociais. Nesse âmbito, principalmente os folcloristas, defendiam a preservação de certas práticas e tradições.
Por outro lado, algumas recentes teorias culturais desenvolvidas no campo das Ciências Humanas desempenharam o papel inovador de questionar o próprio conceito de identidade cultural. De acordo com essa nova corrente, muito em voga com o desenvolvimento da globalização, a identidade cultural não pode ser vista como sendo um conjunto de valores fixos e imutáveis que definem o indivíduo e a coletividade a qual ele faz parte.
Um dos mais conhecidos exemplos dessa nova tendência que pensa a questão das identidades pode ser encontrada na obra do pesquisador Nestor Garcia Canclini. Em vários de seus escritos, este pensador tem a recorrente preocupação de analisar diversas situações onde mostra que a cultura e as identidades não podem ser pensadas como um patrimônio a ser preservado. Longe disso, ele assinala que o intercâmbio e a modificação são caminhos que orientam a formulação e a construção das identidades.
Com esses referenciais, antigos problemas que organizavam os estudos culturais perdem a sua força para uma visão de natureza mais ampla e flexível. A antiga dicotomia que propunha a cisão entre “cultura popular” e “cultura erudita”, por exemplo, deixa de legitimar a ordenação das identidades por meio de pressupostos que atestavam a presença de esferas culturais intocáveis em uma mesma sociedade. Além disso, outras investigações cumpriram o papel de questionar profundamente o clássico conceito de aculturação.
Partindo dessas novas noções de identidade, antigos temas relacionados à cultura que aparentavam completo esgotamento ganharam um novo fôlego interpretativo. As identidades passaram a ser trabalhadas com definições menos rígidas. Diversos estudos vão contra a idéia de que uma população deve abraçar a sua cultura e garantir todas as formas possíveis de cristalizá-la. Dessa forma, presenciamos a abertura de novas possibilidades de entender o comportamento do homem com seu mundo.
Até a próxima!!

sábado, 19 de setembro de 2009

.: O que é História Cultural

Dentro da perspectiva de resgate de diversos textos condensados por mim nestes últimos anos, trago hoje um pequeno resumo de um livro de Peter Buker,

O que é história cultural? A pergunta, formulada há mais de um século, até hoje não obteve resposta satisfatória.

Sem a pretensão de esgotar um tema tão complexo, o autor procura explicar a emergência, a partir da década de 1970, dos aspectos culturais do comportamento humano como centro privilegiado do conhecimento histórico, o que ele chama de ''virada cultural''.

Esse modo de compreender a história resultou em um certo abandono dos esquemas teóricos generalizantes, com a valorização de grupos particulares, em locais e períodos específicos.

Assim, surgiram trabalhos sobre gênero, minorias étnicas e religiosas, hábitos e costumes, incorporando metodologias e conceitos de outras disciplinas.

Burke é um historiador cultural que põe em prática algumas das diferentes abordagens discutidas nesse livro - como a recusa do conceito de civilização, a expansão da idéia de cultura e a concepção da história como narrativa.

São aqui tratadas, em ordem cronológica, as principais formas pelas quais a história cultural foi e ainda é escrita, com especial atenção para as tradições comuns aos atuais historiadores, assim como para seus conflitos e debates.

Ao final do volume, o autor apresenta uma lista de obras que marcaram o desenvolvimento da disciplina e sugestões de leitura sobre o tema.

Fonte: BURKE, Peter. O que é História Cultural? Editora Zahar. RJ: 2008.

sábado, 12 de setembro de 2009

O papel da mídia no consumismo

Os órgãos midiáticos são os maiores responsáveis pela compulsividade consumista dos últimos tempos. Com propagandas apelativas e com o alto poder de persuasão, a televisão influencia a sociedade à prática do consumismo.

Tal poder de influência da mídia a torna capaz de distorcer ilusoriamente a natureza de certos produtos, transformando o supérfluo em essencial. Esta transformação vem causando uma exagerada valorização material por parte da sociedade, e atribuindo ao homem a necessidade psicológica de comprar mais, e cada vez mais.

A supervalorização material é um grave problema, pois faz com que as pessoas gastem mais do que possuem. Ou pior, muitas vezes é responsável pelo desvio de conduta do homem, pois este passa a priorizar a posse, mesmo que para obtê-la seja necessário ignorar princípios éticos e morais.

A mídia brasileira está recheada de informações fúteis e alienadoras, bem como de vários programas que têm como a finalidade exclusiva de promover a própria emissora. Um bom exemplo é o programa Vídeo Show, que promove as "estrelas" da própria Rede Globo desde o primeiro até o último minuto da exibição.

Uma séria intervenção política, na área da comunicação, é essencial para mudar o quadro de alienação populacional causada pela televisão. Impulsionar o desenvolvimento de programas educativos que conscientizem a população dos problemas sociais e econômicos do país e, ao mesmo tempo, fiscalizar os conteúdos abusivos das propagandas televisivas, são medidas que devem contribuir decisivamente para diminuir o problema do consumismo.

Melhorar este quadro de ignorância populacional é possível, sim, mas é algo que só se concretizará quando o Estado deixar de preocupar-se com o domínio da massa através da alienação, e passar a priorizar o desenvolvimento social, usufruindo primordialmente da educação.

sábado, 5 de setembro de 2009

A História do Nordeste – Na voz de Luiz Gonzaga

Durante a história da música popular brasileira, vem os ritmos do longínquo nordeste ganhando foros de civilização, deixando as rústicas cabanas de taipa – onde é dançada no chão de barro batido, à luz bruxoleante de fumacentos lampiões – para ascender aos mais aristocráticos ambientes.

Todavia, há um fato importante a observar, a popularidade da música nordestina (côco, rojão, frevo, baião, etc.) se deve a um sanfoneiro, um músico e compositor que fez escola. Trata-se evidentemente, de Luiz Gonzaga, carinhosamente apelidado de “Lua”.

Luiz Gonzaga aproveitou motivos de sua terra e incorporou-se em luzentes composições musicais representados neste álbum. Gravado pela RCA Victor esse LP de 8 polegadas apresenta oito números bem representativos da literatura musical nordestina, seis dos quais de co-autoria do próprio Gonzaga.

A história do nordeste – Na voz de Luiz Gonzaga RCA Victor - 1954
faixas:
01 – Paraíba (Humberto Teixeira – Luiz Gonzaga)
02 - Respeita Januário (Humberto Teixeira – Luiz Gonzaga)
03 - Saudade de Pernambuco (Sebastião Rosendo – Salvador Miceli)
04 - O Xote das Meninas (Zé Dantas – Luiz Gonzaga)
05 - O ABC do Sertão (Zé Dantas – Luiz Gonzaga)
06 – Acauã (Zé Dantas)
07 – Algodão (Zé Dantas – Luiz Gonzaga)
08 - Asa Branca (Humberto Teixeira – Luiz Gonzaga)

Fonte: http://www.forroemvinil.com
Acesso em 03 setembro 2009