sábado, 31 de outubro de 2009

Industrialização Cultural

Industrialização Cultural o que é...

Indústria cultural é o nome dado à empresas e instituições que trabalham com a produção de projetos, canais, jornais, rádios, revistas e outras formas de descontração, baseadas na cultura, visando o lucro. Sua origem se deu através da sociedade capitalista que transformou a cultura num produto comercializado.

Mais ressaltando mais algumas teses englobadas na discussão de que, a cultura em si, é comercializada e obtida somente pela burguesia.Essa é uma das teses menos ressaltadas quando citados em culturas. Todas as pessoas, que interagem em uma sociedade querem e podem obter nas principais formas de aprendizagem, e obtenção de cultura, tornando-se uma pessoa culta!

A principal forma cultural construída por essas indústrias é a televisão, que ensina e forma indivíduos cada vez mais cedo. Nela podem-se observar diferentes temas e culturas expostas a qualquer horário e idade. Os conteúdos nela existentes possuem mensagens subliminares que conseguem escapar da consciência, o que tende a provocar alienação.

Diante disso, pode-se perceber este meio cultural como um produto bom que é capaz de mostrar conteúdos reveladores e contribuir para o desenvolvimento humano e um produto ruim capaz de alienar uma pessoa, levando-a a pensar e agir como lhe é proposto sem qualquer tipo de argumentação.

No Brasil, a indústria cultural não é natural, pois foca temas, assuntos e culturas estrangeiras no lugar de ensinar e incentivar o interesse sobre a história e as tradições do próprio Brasil. Infelizmente, a triste realidade brasileira é que são focados apenas objetos de compra e venda e não a propriamente cultura no qual esta se propunha. A produção realizada pela indústria cultural é centralizada no interesse lucrativo, o que impõe um determinado padrão a ser mostrado que transforma o espectador numa pessoa de crítica rebaixada e de mente feita apenas por produtos e meios de comunicação, que fazem desses mesmos, apenas mais alguns hipnotizados.

sábado, 24 de outubro de 2009

O conceito de Identidade


O conceito de Identidade


Identidade é a igualdade completa. Cultural é um adjetivo de saber. Logo, a junção das duas palavras produz o sentido de saber se reconhecer. Muitas questões contemporâneas sobre cultura que se relacionam com questões sobre identidade. A discussão sobre a identidade cultural acaba influenciada por questões sobre: gênero, raça, história, nacionalidade, orientação sexual, crença religiosa e etnia.


Na percepção individual ou coletiva da identidade, a cultura exerce um papel principal para delimitar as diversas personalidades, os padrões de conduta e ainda as características próprias de cada grupo humano. A influência do meio constantemente modifica um ser já que nosso mundo é repleto de inovações e características temporárias, os chamados "modismos".

No passado as identidades eram mais conservadas devido à falta de contato entre culturas diferentes; porém, com a
globalização, isso mudou fazendo com que as pessoas interagissem mais, entre si e com o mundo ao seu redor. Uma pessoa que nasce em um lugar absorve todas as características deste, entretanto, se ela for submetida a uma cultura diferente por muito tempo, ela adquirirá características do novo local onde está agregada.

Para o teórico Milton Santos, o conhecimento e o saber se renovam do choque de culturas, sendo a produção de novos conhecimentos e técnicas, produto direto da interposição de culturas diferenciadas - com o somatório daquilo que anteriormente existia. Para ele, a globalização que se verificava já em fins do século XX tenderia a uniformizar os grupos culturais, e logicamente uma das conseqüências seria o fim da produção cultural, enquanto gerador de novas técnicas e sua geração original. Isto refletiria, ainda, na perda de identidade, primeiro das coletividades, podendo ir até ao plano individual.

Segundo Stuart Hall (1999) uma identidade cultural enfatiza aspectos relacionados ao nosso pertencimento a culturas étnicas, raciais, lingüísticas, religiosas, regionais e/ou nacionais. Ao analisar a questão, este autor focaliza particularmente as identidades culturais referenciadas às culturas nacionais. Para ele, a nação é além de uma entidade política – o Estado –, ela é um sistema de representação cultural (grifos do autor).

Noutros termos, a nação é composta de representações e símbolos que fundamentam a constituição de uma dada identidade nacional. Segundo Hall (1999), as culturas nacionais produzem sentidos com os quais podemos nos identificar e constroem, assim, suas identidades. Esses sentidos estão contidos em estórias, memórias e imagens que servem de referências, de nexos para a constituição de uma identidade da nação.

Entretanto, segundo Hall (1999), vivemos atualmente numa “crise de identidade” que é decorrente do amplo processo de mudanças ocorridas nas sociedades modernas. Tais mudanças se caracterizam pelo deslocamento das estruturas e processos centrais dessas sociedades, abalando os antigos quadros de referência que proporcionavam aos indivíduos uma estabilidade no mundo social.

A modernidade propicia a fragmentação da identidade. Conforme ele, as paisagens culturais de classe, gênero, sexualidade, etnia, raça e nacionalidade não mais fornecem “sólidas localizações” para os indivíduos. O que existe agora é descentramento, deslocamentos e ausência de referentes fixos ou sólidos para as identidades, inclusive as que se baseiam numa idéia de nação.

HALL, Stuart. A Identidade Cultural na Pós-Modernidade. 3º ed. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 1999.

sábado, 17 de outubro de 2009

Revalorização da identidade cultural e a globalização




Revalorização da identidade cultural e a globalização
No post de hoje, reviso algumas idéias referentes ao processo de globalização da sociedade realizando uma pequena análise de suas repercussões sobre formação da identidade cultural.

“O processo de globalização leva a sociedade a ver o mundo como “um só lugar” ”.

A frase acima é utilizada com freqüência para caracterizar a sociedade contemporânea. Vista isoladamente, sugere que a sociedade tende a se unificar, anulando as diversidades e as culturas regionais. No entanto, a dinâmica societária traz evidências contrárias. Autores como Canclini, Castells, Featherstone, Giddens, Hall e Ianni evidenciam, em recentes estudos, que a atual fase da globalização vem provocando reações que buscam uma redescoberta das particularidades, das diferenças e dos localismos.

O processo de globalização estabelece uma nova relação entre as culturas locais e a cultura global. A disseminação da cultura mundializada influencia os padrões de comportamento, provocando uma valorização da tradição e um fortalecimento dos regionalismos manifestos na identidade cultural.

A identidade cultural é vista como uma forma de identidade coletiva característica de um grupo social que partilha as mesmas atitudes e, está apoiada num passado com um ideal coletivo projetado. Ela se fixa como uma construção social estabelecida e faz os indivíduos se sentirem mais próximos e semelhantes.

O processo de revalorização das particularidades e dos localismos culturais é inegável no atual momento histórico social. Ao mesmo tempo em que são incorporados costumes e valores de outras culturas aos hábitos do cotidiano, em todas as latitudes, os localismos voltam a ser valorizados. Há uma busca das particularidades e o senso de diferença se intensifica cada vez mais em todas as regiões do planeta.

sábado, 10 de outubro de 2009

Cultura de massa x Cultura popular


Cultura de massa x Cultura popular

Qual a diferença entre cultura popular e cultura de massa?

A cultura em determinada região pode ser considerada regional ou popular, possui traços típicos.A cultura de massa extrapola limites de territorialidade, a mídia produz a massificação da cultura.

Chama-se cultura de massa toda cultura produzida para a população em geral — a despeito de heterogeneidades sociais, étnicas, etárias, sexuais ou psicológicas — e veiculada pelos meios de comunicação de massa. Enfim, cultura de massa, é toda manifestação cultural produzida para o conjunto das camadas mais numerosas da população; o povo, o grande público.
Como conseqüência das tecnologias de comunicação surgidas no século XX, e das circunstâncias configuradas na mesma época, a cultura de massa desenvolveu-se a ponto de ofuscar os outros tipos de cultura anteriores e alternativos a ela. Antes de haver cinema, rádio e TV, falava-se em cultura popular, em oposição à cultura erudita das classes aristocráticas; em cultura nacional, componente da identidade de um povo; em cultura , conjunto historicamente definido de valores estéticos e morais; e num número tal de culturas que, juntas e interagindo, formavam identidades diferenciadas das populações.
A chegada da cultura de massa, porém, acaba submetendo as demais “culturas” a um projeto comum e homogêneo — ou pelo menos pretende essa submissão. Por ser produto de uma indústria de porte internacional (e, mais tarde, global), a cultura elaborada pelos vários veículos então surgentes esteve sempre ligada intrinsecamente ao poder econômico do capital industrial e financeiro. A massificação cultural, para melhor servir esse capital, requereu a repressão às demais formas de cultura — de forma que os valores apreciados passassem a ser apenas os compartilhados pela massa.
A cultura popular, produzida fora de contextos institucionalizados ou mercantis, teve de ser um dos objetos dessa repressão imperiosa. Justamente por ser anterior, o popular era também alternativo à cultura de massa, que por sua vez pressupunha — originalmente — ser hegemônica como condição essencial de existência.
O que a indústria cultural percebeu mais tarde (e Adorno constatou, pessimista), é que ela possuía a capacidade de absorver em si os antagonismos e propostas críticas, em vez de combatê-lo. Desta forma, sim, a cultura de massa alcançaria a hegemonia: elevando ao seu próprio nível de difusão e exaustão qualquer manifestação cultural, e assim tornando-a efemêra e desvalorizada.
A “censura”, que antes era externa ao processo de produção dos bens culturais, passa agora a estar no berço dessa produção. A cultura popular, em vez de ser recriminada por ser “de mau gosto” ou “de baixa qualidade” , é hoje deixada de lado quando usado o argumento mercadológico do “isto não vende mais” — depois de ser repetida até exaurir-se de qualquer significado ideológico ou político.
No contexto da indústria cultural — da qual a mídia é o maior porta-voz — são totalmente distintos e independentes os conceitos de “popular” e “popularizado”, já que o grau de difusão de um bem cultural não depende mais de sua classe de origem para ser aceito por outra. A grande alteração da cultura de massa foi transformar todos em consumidores que, dentro da lógica iluminista, são iguais e livres para consumir os produtos que desejarem. Dessa forma, pode haver o “popular” (i.e., produto de expressão genuína da cultura popular) que não seja popularizado (“que não venda bem”, na indústria cultural) e o “popularizado” que não seja popular (vende bem, mas é de origem elitista).

sábado, 3 de outubro de 2009

A cultura do consumo

A cultura do consumo


Vivemos em uma sociedade que gira em torno das mercadorias. A partir delas, os indivíduos comunicam-se e sentem-se incluídos no coletivo. O ato de possuir ou desejar bens tornam os indivíduos ''distintos ou iguais'' aos demais membros de seu grupo sócio-cultural.

De acordo com Baudrillard (1993,), qualquer bem, para que seja consumido deve se transformar primeiro em signo. Assim, o consumo consiste em uma relação ativa, estabelecida entre objetos, sujeitos e mundo.

Para Canclini (1997) o signo é caracterizado pelo conjunto de implicações simbólicas que vêm associadas a um determinado objeto e é atribuído socialmente. O valor de símbolo difere dos valores que a sociedade estabelece para um determinado objeto e é atribuído individualmente.

Também para Vestergaard e Schroder (1996,p.05): (...) ao consumir bens estamos satisfazendo ao mesmo tempo necessidades materiais e sociais. Os vários grupos sociais identificam-se por suas atitudes, maneiras, jeito de falar e hábitos de consumo – por exemplo – pelas roupas que vestem. Desta forma, os objetos que usamos ou consumimos deixam de ser meros objetos de uso para se transformar em veículos de informação sobre o tipo de pessoas que somos ou gostamos de ser.

Neste sentido, os veículos da comunicação de massa atuam de forma a possibilitar uma uniformização dos padrões referenciais de consumo, as mesmas mercadorias seriam desejadas, independente do grupo social a que o indivíduo pertença. A TV é o meio de comunicação em massa mais forte, pois ela atinge a grande maioria dos consumidores, e principalmente, passou a ser um elemento de regulação da vida cotidiana. Por outro lado, a mídia impressa, especialmente, as revistas femininas, possui o foco voltado para a divulgação de produtos que estimulam os interesses das mulheres, tidas como consumistas natas.

Na prática ou pelo menos, ideologicamente, o consumo atinge a todos, pois as classes ditas ''médias'' e os trabalhadores mais pobres sofrem o mesmo tipo de pressão para que consumam. Ambos desejam ou necessitam desejar a participação neste mesmo sistema, idéia de estar adquirindo uma mercadoria de novo valor.

Dessa forma, as mídias foram responsáveis pelo processo de relativa unificação do campo do simbólico do consumo, por meio da difusão das mercadorias consideradas consensualmente como objetos de desejo. As mercadorias constituem o fundamento da existência do consumo. Isto faz com que elas sejam criadas infinitamente, pois serão logo destruídas e substituídas.

O consumo como uma das dimensões do processo comunicacional, relacionando-os com práticas e apropriações culturais dos diversos sujeitos envolvidos no sistema, “as práticas de consumo têm grande importância nas relações comunicacionais que vem se estabelecendo na sociedade contemporânea” Canclini (1999).

Os grupos sócio-culturais possuem ou desejam possuir determinadas mercadorias que atuam como elementos de distinção independente de suas condições materiais. Assim, as imagens moldam o posicionamento social, levam por vezes ao consumo de imagens do feminino nos produtos culturais.

O interessante na cultura do consumo é que, na era nômade havia trocas de mercadorias de acordo com as necessidades orgânicas dos indivíduos. No atual sistema de consumo, as imagens são produtos de primeira necessidade.