sábado, 21 de agosto de 2010

Código Cultural


Código Cultural

Em síntese, o psicólogo francês e consultor de empresas Clotaire Rapaille, radicado nos EUA há mais de vinte anos, propõe que o ser humano é moldado por 3 códigos: um código universal comum a toda humanidade (arquétipos junguianos), um código cultural fornecido pela cultura em que nasceu e um código individual formado por suas experiências pessoais. Por que o termo “código”? Porque é a forma como a pessoa “decodifiga”, traduz um significado inconsciente de uma imagem, idéia, conceito etc.

A consultoria que ele faz para as empresas é para orientá-las em suas campanhas de marketing para obter sucesso comercial com um produto, posicionando-o de acordo com uma idéia pré-existente naquela cultura. Por exemplo, para lançar um novo modelo de utilitário americano na Europa, tipo um jipe de luxo, Rapaille levantou as idéias de “jipe” e “EUA” que as pessoas tinham na França e na Alemanha.

A metodologia dele é a seguinte: entrevista centenas de pessoas em três horas. Na primeira, ele finge ser um alienígena e pede explicações básicas sobre o que ele quer saber. Por exemplo “jipe”. As pessoas tem que explicar aquilo para alguém que não tem a menor idéia do que se trata. Na segunda hora, as pessoas recortam de revistas imagens e frases sobre o tema em questão. Na terceira, elas relaxam e fazem uma regressão para alcançar memórias e sensações ligadas ao tema. Depois, as centenas de relatos são analisados por uma equipe onde o “como” é contado tem tanto peso quanto o “o quê” é contado.

Ele extraiu alguns conceitos interessantes:


Os EUA são uma cultura “adolescente”, sem muito respeito pela opinião dos “mais velhos” (Europa), autocentrada e que não se importa de errar de primeiro desde que continue tentando até acertar.
Códigos Culturais:
· Amor: EUA (falsa expectativa); França (ajudar o parceiro a alcançar o maior prazer possível); Itália (amor- mãe, romance-mulher); Japão (doença temporária).
· Sedução: EUA (manipulação); Itália (passatempo; jogo em que jogar é mais importante que ganhar)
· Saúde: EUA (movimento)


E por aí vai. É um livro bem interessante para mim que por ter tido mãe americana e uma infância marcada por seriados e quadrinhos americanos reconheci em mim alguns dos códigos americanos misturados a sensações que devem ser códigos brasileiros. Rapaille coloca que a pessoa tem sua individualidade que pode fazer com que ela se identifique pouco ou muito com os códigos de sua cultura. Às vezes, o melhor mesmo é migrar ou emigrar para outra cultura que esteja mais de acordo com a pessoa, tamanha a falta de identificação com a sua cultura nativa.

Quais seriam os códigos brasileiros? Para se saber teríamos que usar o método de Rapaille entrevistando centenas de pessoas e comparando os relatos. Ou outro método equivalente com um bom número de entrevistas. Fora disso, é “achovski” e “chutágoras”, pensador russo e filósofo grego que fizeram mais mal do que bem a nosso país.

O Código Cultural (por que somos tão diferentes na forma de viver, comprar e amar?)Clotaire RapailleEditora Campus

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