sábado, 3 de outubro de 2009

A cultura do consumo

A cultura do consumo


Vivemos em uma sociedade que gira em torno das mercadorias. A partir delas, os indivíduos comunicam-se e sentem-se incluídos no coletivo. O ato de possuir ou desejar bens tornam os indivíduos ''distintos ou iguais'' aos demais membros de seu grupo sócio-cultural.

De acordo com Baudrillard (1993,), qualquer bem, para que seja consumido deve se transformar primeiro em signo. Assim, o consumo consiste em uma relação ativa, estabelecida entre objetos, sujeitos e mundo.

Para Canclini (1997) o signo é caracterizado pelo conjunto de implicações simbólicas que vêm associadas a um determinado objeto e é atribuído socialmente. O valor de símbolo difere dos valores que a sociedade estabelece para um determinado objeto e é atribuído individualmente.

Também para Vestergaard e Schroder (1996,p.05): (...) ao consumir bens estamos satisfazendo ao mesmo tempo necessidades materiais e sociais. Os vários grupos sociais identificam-se por suas atitudes, maneiras, jeito de falar e hábitos de consumo – por exemplo – pelas roupas que vestem. Desta forma, os objetos que usamos ou consumimos deixam de ser meros objetos de uso para se transformar em veículos de informação sobre o tipo de pessoas que somos ou gostamos de ser.

Neste sentido, os veículos da comunicação de massa atuam de forma a possibilitar uma uniformização dos padrões referenciais de consumo, as mesmas mercadorias seriam desejadas, independente do grupo social a que o indivíduo pertença. A TV é o meio de comunicação em massa mais forte, pois ela atinge a grande maioria dos consumidores, e principalmente, passou a ser um elemento de regulação da vida cotidiana. Por outro lado, a mídia impressa, especialmente, as revistas femininas, possui o foco voltado para a divulgação de produtos que estimulam os interesses das mulheres, tidas como consumistas natas.

Na prática ou pelo menos, ideologicamente, o consumo atinge a todos, pois as classes ditas ''médias'' e os trabalhadores mais pobres sofrem o mesmo tipo de pressão para que consumam. Ambos desejam ou necessitam desejar a participação neste mesmo sistema, idéia de estar adquirindo uma mercadoria de novo valor.

Dessa forma, as mídias foram responsáveis pelo processo de relativa unificação do campo do simbólico do consumo, por meio da difusão das mercadorias consideradas consensualmente como objetos de desejo. As mercadorias constituem o fundamento da existência do consumo. Isto faz com que elas sejam criadas infinitamente, pois serão logo destruídas e substituídas.

O consumo como uma das dimensões do processo comunicacional, relacionando-os com práticas e apropriações culturais dos diversos sujeitos envolvidos no sistema, “as práticas de consumo têm grande importância nas relações comunicacionais que vem se estabelecendo na sociedade contemporânea” Canclini (1999).

Os grupos sócio-culturais possuem ou desejam possuir determinadas mercadorias que atuam como elementos de distinção independente de suas condições materiais. Assim, as imagens moldam o posicionamento social, levam por vezes ao consumo de imagens do feminino nos produtos culturais.

O interessante na cultura do consumo é que, na era nômade havia trocas de mercadorias de acordo com as necessidades orgânicas dos indivíduos. No atual sistema de consumo, as imagens são produtos de primeira necessidade.

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