
IDENTIDADE, CULTURA E MEMÓRIA nesse NORDESTE CONTEMPORÃNEO de causos e fatos interessantes do ontem e do hoje passado no interior alagoano de gente encantadora e abraço pronto!
sábado, 31 de outubro de 2009

sábado, 24 de outubro de 2009

Na percepção individual ou coletiva da identidade, a cultura exerce um papel principal para delimitar as diversas personalidades, os padrões de conduta e ainda as características próprias de cada grupo humano. A influência do meio constantemente modifica um ser já que nosso mundo é repleto de inovações e características temporárias, os chamados "modismos".
No passado as identidades eram mais conservadas devido à falta de contato entre culturas diferentes; porém, com a globalização, isso mudou fazendo com que as pessoas interagissem mais, entre si e com o mundo ao seu redor. Uma pessoa que nasce em um lugar absorve todas as características deste, entretanto, se ela for submetida a uma cultura diferente por muito tempo, ela adquirirá características do novo local onde está agregada.
Para o teórico Milton Santos, o conhecimento e o saber se renovam do choque de culturas, sendo a produção de novos conhecimentos e técnicas, produto direto da interposição de culturas diferenciadas - com o somatório daquilo que anteriormente existia. Para ele, a globalização que se verificava já em fins do século XX tenderia a uniformizar os grupos culturais, e logicamente uma das conseqüências seria o fim da produção cultural, enquanto gerador de novas técnicas e sua geração original. Isto refletiria, ainda, na perda de identidade, primeiro das coletividades, podendo ir até ao plano individual.
Segundo Stuart Hall (1999) uma identidade cultural enfatiza aspectos relacionados ao nosso pertencimento a culturas étnicas, raciais, lingüísticas, religiosas, regionais e/ou nacionais. Ao analisar a questão, este autor focaliza particularmente as identidades culturais referenciadas às culturas nacionais. Para ele, a nação é além de uma entidade política – o Estado –, ela é um sistema de representação cultural (grifos do autor).
Noutros termos, a nação é composta de representações e símbolos que fundamentam a constituição de uma dada identidade nacional. Segundo Hall (1999), as culturas nacionais produzem sentidos com os quais podemos nos identificar e constroem, assim, suas identidades. Esses sentidos estão contidos em estórias, memórias e imagens que servem de referências, de nexos para a constituição de uma identidade da nação.
Entretanto, segundo Hall (1999), vivemos atualmente numa “crise de identidade” que é decorrente do amplo processo de mudanças ocorridas nas sociedades modernas. Tais mudanças se caracterizam pelo deslocamento das estruturas e processos centrais dessas sociedades, abalando os antigos quadros de referência que proporcionavam aos indivíduos uma estabilidade no mundo social.
A modernidade propicia a fragmentação da identidade. Conforme ele, as paisagens culturais de classe, gênero, sexualidade, etnia, raça e nacionalidade não mais fornecem “sólidas localizações” para os indivíduos. O que existe agora é descentramento, deslocamentos e ausência de referentes fixos ou sólidos para as identidades, inclusive as que se baseiam numa idéia de nação.
HALL, Stuart. A Identidade Cultural na Pós-Modernidade. 3º ed. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 1999.
sábado, 17 de outubro de 2009

“O processo de globalização leva a sociedade a ver o mundo como “um só lugar” ”.
A frase acima é utilizada com freqüência para caracterizar a sociedade contemporânea. Vista isoladamente, sugere que a sociedade tende a se unificar, anulando as diversidades e as culturas regionais. No entanto, a dinâmica societária traz evidências contrárias. Autores como Canclini, Castells, Featherstone, Giddens, Hall e Ianni evidenciam, em recentes estudos, que a atual fase da globalização vem provocando reações que buscam uma redescoberta das particularidades, das diferenças e dos localismos.
O processo de globalização estabelece uma nova relação entre as culturas locais e a cultura global. A disseminação da cultura mundializada influencia os padrões de comportamento, provocando uma valorização da tradição e um fortalecimento dos regionalismos manifestos na identidade cultural.
A identidade cultural é vista como uma forma de identidade coletiva característica de um grupo social que partilha as mesmas atitudes e, está apoiada num passado com um ideal coletivo projetado. Ela se fixa como uma construção social estabelecida e faz os indivíduos se sentirem mais próximos e semelhantes.
O processo de revalorização das particularidades e dos localismos culturais é inegável no atual momento histórico social. Ao mesmo tempo em que são incorporados costumes e valores de outras culturas aos hábitos do cotidiano, em todas as latitudes, os localismos voltam a ser valorizados. Há uma busca das particularidades e o senso de diferença se intensifica cada vez mais em todas as regiões do planeta.
sábado, 10 de outubro de 2009

Cultura de massa x Cultura popular
Qual a diferença entre cultura popular e cultura de massa?
A cultura em determinada região pode ser considerada regional ou popular, possui traços típicos.A cultura de massa extrapola limites de territorialidade, a mídia produz a massificação da cultura.
Chama-se cultura de massa toda cultura produzida para a população em geral — a despeito de heterogeneidades sociais, étnicas, etárias, sexuais ou psicológicas — e veiculada pelos meios de comunicação de massa. Enfim, cultura de massa, é toda manifestação cultural produzida para o conjunto das camadas mais numerosas da população; o povo, o grande público.
sábado, 3 de outubro de 2009
A cultura do consumo

Vivemos em uma sociedade que gira em torno das mercadorias. A partir delas, os indivíduos comunicam-se e sentem-se incluídos no coletivo. O ato de possuir ou desejar bens tornam os indivíduos ''distintos ou iguais'' aos demais membros de seu grupo sócio-cultural.
De acordo com Baudrillard (1993,), qualquer bem, para que seja consumido deve se transformar primeiro em signo. Assim, o consumo consiste em uma relação ativa, estabelecida entre objetos, sujeitos e mundo.
Também para Vestergaard e Schroder (1996,p.05): (...) ao consumir bens estamos satisfazendo ao mesmo tempo necessidades materiais e sociais. Os vários grupos sociais identificam-se por suas atitudes, maneiras, jeito de falar e hábitos de consumo – por exemplo – pelas roupas que vestem. Desta forma, os objetos que usamos ou consumimos deixam de ser meros objetos de uso para se transformar em veículos de informação sobre o tipo de pessoas que somos ou gostamos de ser.
Neste sentido, os veículos da comunicação de massa atuam de forma a possibilitar uma uniformização dos padrões referenciais de consumo, as mesmas mercadorias seriam desejadas, independente do grupo social a que o indivíduo pertença. A TV é o meio de comunicação em massa mais forte, pois ela atinge a grande maioria dos consumidores, e principalmente, passou a ser um elemento de regulação da vida cotidiana. Por outro lado, a mídia impressa, especialmente, as revistas femininas, possui o foco voltado para a divulgação de produtos que estimulam os interesses das mulheres, tidas como consumistas natas.
Na prática ou pelo menos, ideologicamente, o consumo atinge a todos, pois as classes ditas ''médias'' e os trabalhadores mais pobres sofrem o mesmo tipo de pressão para que consumam. Ambos desejam ou necessitam desejar a participação neste mesmo sistema, idéia de estar adquirindo uma mercadoria de novo valor.
Dessa forma, as mídias foram responsáveis pelo processo de relativa unificação do campo do simbólico do consumo, por meio da difusão das mercadorias consideradas consensualmente como objetos de desejo. As mercadorias constituem o fundamento da existência do consumo. Isto faz com que elas sejam criadas infinitamente, pois serão logo destruídas e substituídas.
O consumo como uma das dimensões do processo comunicacional, relacionando-os com práticas e apropriações culturais dos diversos sujeitos envolvidos no sistema, “as práticas de consumo têm grande importância nas relações comunicacionais que vem se estabelecendo na sociedade contemporânea” Canclini (1999).
Os grupos sócio-culturais possuem ou desejam possuir determinadas mercadorias que atuam como elementos de distinção independente de suas condições materiais. Assim, as imagens moldam o posicionamento social, levam por vezes ao consumo de imagens do feminino nos produtos culturais.
O interessante na cultura do consumo é que, na era nômade havia trocas de mercadorias de acordo com as necessidades orgânicas dos indivíduos. No atual sistema de consumo, as imagens são produtos de primeira necessidade.