Do Senso Comum ao Senso Crítico
O Senso Comum está cercado de opiniões não conclusivas, não fundamentadas e isso podemos observar facilmente em nosso cotidiano. Segundo o Dicionário Virtual Priberam, o senso comum é a “faculdade que a generalidade dos homens possui de raciocinar com acerto” e, o senso crítico, a “faculdade de apreciar e julgar com ponderação e inteligência”.
Por essas concepções, já podemos observar que existe relação entre eles. Enquanto no senso comum raciocinamos com a possibilidade de acertar, no senso crítico somos mais analíticos, ponderados e utilizamos de raciocínio inteligente para chegar a uma conclusão. No senso comum não precisamos de experiências para chegar à conclusão de algo, mas sim, de suposições.
Essas suposições encontramos em crenças, tradições e estão fortemente presentes em nossas vidas. Um forte exemplo disso vem lá de nossa infância, quando nossos pais nos proibiam de comer manga e tomar leite. Segundo a lenda, a ingestão dos dois elementos causaria uma forte intoxicação e poderia provocar a morte.
E essa história nada mais é do que realmente uma história, pois sabe-se que foi inventada com o intuito de proibir os escravos de tomarem leite, já que este era muito valorizado comercialmente.
Como chegaram a essa conclusão? Através do senso crítico, da análise, pois foi preciso vivenciar o ato, pesquisar sobre o assunto, para finalmente concluir que a mistura dos dois ingredientes resulta numa excelente vitamina e não numa poção mortal. Esse é só um exemplo que podemos encontrar em nosso cotidiano.
Quem cria, por exemplo, a idéia de moda, beleza, conduta e etiqueta? Os meios de comunicação e as facções políticas são “fábricas” especializadas em manipular as pessoas para compartilhar das mesmas idéias e dos mesmos ideais.
Podemos ainda citar que no Brasil, no auge da ditadura, o ensino de Filosofia e Sociologia foram extirpados das grades curriculares justamente por formar pensadores. E naquele momento, não era isso que o país queria. Queriam pessoas que simplesmente aceitassem sua condição social e não a questionassem.
Passemos então, ao senso crítico, pois mentira, mesmo que repetida mil vezes, só se tornará “verdade” nas cabeças que as aceitarem como tal.