sábado, 26 de junho de 2010

Aculturação

Aculturação... um pouco de seu conhecimento

Aculturação é um termo cunhado inicialmente por antropólogos norte-americanos, muito útil para tratar de reflexões sobre as mudanças que podem acontecer em uma sociedade diante de sua fusão com elementos externos.

Segundo o historiador francês Nathan Watchel, aculturação é todo fenômeno de interação social que resulta do contato entre duas culturas, e não somente da sobreposição de uma cultura a outra.

Já Alfredo Bosi em "Dialética da colonização" afirma que esse fenômeno provém do contato entre sociedades distintas e pode ocorrer em diferentes períodos históricos, dependendo apenas da existência do contato entre culturas diversas, constituindo-se, assim, um processo de sujeição social.

A maioria dos autores acredita que a aculturação é sempre um fenômeno de imposição cultural. Ver SILVA, K.V; SILVA, M.H.Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2006. Trata-se de aculturação quando duas culturas distintas ou parecidas são absorvidas uma pela outra formando uma nova cultura diferente. Além disso, aculturação pode ser também a absorção de uma cultura pela outra, onde essa nova cultura terá aspectos da cultura inicial e da cultura absorvida. Um exemplo é a cultura brasileira que adquiriu traços da cultura de Portugal, da África, que juntamente com a cultura indígena formou-se a cultura brasileira.

Com a crescente globalização a aculturação vem se tornando um dos aspectos fundamentais na sociedade. Pela proximidade a grandes culturas e rapidez de comunicação entre os diferentes países do globo cada cultura está perdendo sua identificação cultural e social aderindo em parte a outras culturas. Um exemplo disso é cultura ocidental similar em muitos países. Mesmo assim a aculturação não tira totalmente a identidade social de um povo, crendo-se que talvez no futuro não exista mais uma diferença cultural tão acentuada como a aquela que hoje ainda se observa entre alguns países.

significado: Nome que se dá ao grupo de fenômenos decorrentes do contato direto de integrantes de várias culturas, ou seja, o processo de aquisição através do contato dos elementos culturais de um grupo com uma cultura com elementos de um grupo de outra cultura. Pode ser também entendido como os processos pelos quais as pessoas aprendem os padrões de comportamento do seu grupo social

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

sábado, 19 de junho de 2010

O modo de falar do brasileiro: variações linguísticas


O modo de falar do brasileiro: variações lingüísticas

Entende-se por variação lingüística os vários falares entre falantes de uma língua. Toda língua natural tem suas variações. Em se tratando da língua portuguesa, pode-se citar como uma das principais variações a diferença entre os falares do Brasil e de Portugal.

No Brasil temos muitos falares. Essa variação é justificada não apenas pelo fato histórico, que, necessariamente, leva a profundas transformações qualquer língua, como também pelas diferenças regionais, sociais, grau de escolaridade, sexo e principalmente pelas categorias profissionais.

Dentro de uma mesma região, as pessoas formam pequenas comunidades que acabam criando, por repetição de hábitos e tendências, suas características, até não entendível por outras comunidades: presidiários, internautas, trabalhadores rurais, os urbanos, os políticos, etc. O que é muito importante compreender é que essas variações não devem ser vistas como 'erro' e sim – variações.

Até mesmo a questão do uso da 'Norma-não-padrão' não pode ser discriminada. Muitas vezes, ela prende-se à raízes perfeitamente históricas e à leis que a própria língua protege, tais como, economia, suficiência e necessidade.

A variação lingüística, porém, não torna a língua melhor ou pior nem mais bonita. Simplesmente aproxima o indivíduo de uma melhor compreensão do mundo e sua relação no meio em que vive.

sábado, 12 de junho de 2010

Existe uma "Lingua brasileira?"


Existe uma “Língua brasileira?”

Vou tentar responder objetivamente e com a maior simplicidade possível. Aqui no Brasil, nós ainda falamos a língua portuguesa. Temos, na minha opinião, um falar brasileiro, que seria um modo brasileiro de usar a língua portuguesa.

É importante lembrar o que afirmaram alguns estudiosos: o professor Antenor Nascentes não falava em língua brasileira, e sim em "idioma nacional"; o mestre Gladstone Chaves de Melo falava em língua comum e variantes regionais; e o grande filólogo Serafim da Silva Neto afirmou que o português culto do Brasil é quase igual ao português culto de Portugal. Isso significa, portanto, que as diferenças maiores estão na linguagem do dia-a-dia.

O jornalista Barbosa Lima Sobrinho, no livro A língua portuguesa e a unidade do Brasil , resume bem: "Em poucas palavras, existe unidade na variedade de normas e de usos lingüísticos. E isso porque, se os morfemas gramaticais permanecem os mesmos, a língua não mudou, a despeito de qualquer variação de pronúncia, de vocabulário ou mesmo de sintaxe."

O que existe na verdade são variantes lingüísticas:
- variantes geográficas: nacionais (Brasil, Portugal, Angola...) e regionais (falar gaúcho, mineiro, baiano, pernambucano...);
- variantes socio-econômicas (vulgar, popular, coloquial, culta...);
- variantes expressivas (linguagem da prosa, linguagem poética).

Quem estiver interessado em ver o assunto analisado com maior profundidade poderá consultar os respeitadíssimos Celso Cunha e Lindley Cintra, na Nova Gramática do Português Contemporâneo , e a Moderna Gramática Portuguesa do nosso querido e eterno mestre Evanildo Bechara.

O importante mesmo é respeitar as diferenças, sejam fonéticas, semânticas ou sintáticas. Vejamos rapidamente algumas diferenças entre o português do Brasil e o de Portugal.

Uma diferença fonética bem "visível" é a pronúncia da vogais. Aqui no Brasil, nós pronunciamos bem todas as vogais, sejam tônicas ou átonas. Em Portugal, a tendência é só pronunciar bem as vogais tônicas. As vogais átonas são verdadeiramente átonas (= fracas). Uma conseqüência disso é a colocação dos chamados pronomes átonos (me, te, se, o, lhe, nos...). Em Portugal, por ter a pronúncia fraca, não se põe o pronome átono no início da frase: "Dê-me um cigarro"; no Brasil, como as vogais átonas são pronunciadas como se fossem tônicas, não temos nenhuma dificuldade em pôr os pronomes átonos no início da frase: "Me dá um cigarro". É assim que o brasileiro fala. E quando me refiro ao brasileiro, estou falando do brasileiro em geral, de todos os níveis sociais e culturais. Não estou fazendo referência ao "povo" com aquela conotação pejorativa e discriminatória que alguns ainda atribuem à palavra.

Diferenças semânticas existem muitas. Algumas famosas já viraram até piada. Em Portugal, "uma bicha enorme" não é nada mais do que "uma fila imensa", sem nenhuma outra conotação que algum brasileiro queira dar.

E diferenças sintáticas também existem. No Brasil, nós preferimos o gerúndio ("Estamos trabalhando"); em Portugal, preferem o infinitivo ("Estamos a trabalhar"). No Brasil, gostamos da forma "você"; em Portugal, usam mais o pronome "vos": "Se eu lesse para você" e "Se eu vos lesse". Aqui "falar consigo" é "falar com si mesmo"; em Portugal "falar consigo" é "falar com você". Em Portugal, é freqüente o uso de "mais pequeno"; no Brasil, aprendemos que o certo é falar "menor", que "mais pequeno" é "errado".

E assim voltamos ao ponto de partida: a eterna briga do certo e do errado. Espero que me perdoem pela repetição, mas não é uma questão simplista de certo ou errado. É uma questão de adequação. Usar "mais pequeno" no Brasil é tão inadequado quanto iniciar uma frase com um pronome átono em Portugal.
Por que eu teria de afirmar que alguém está falando "errado" quando o carioca fala "sinal", o paulista prefere "farol" e o gaúcho usa "sinaleira"? Afinal das contas, é tudo semáforo.

Fonte: Jornal do Brasil – 25/06/2000
Prof. Sérgio Nogueira Duarte

sábado, 5 de junho de 2010

Idioma predominante: o falar brasileiro


Idioma predominante: o falar brasileiro

O famoso professor Pasquale Cipro Neto e sua luta (de tempos!) contra o gerundismo, o famoso, Ministro Aldo Rebelo e sua luta, desde a Câmara dos Deputados, pela forma correta de falar o idioma pátrio. O português.

Aí é em minha modesta opinião que se inicia o grande erro. Por isso o enorme esforço que ambos vêm realizando, em todas as oportunidades que têm, para que nós brasileiros falemos todos - mesmo que não completamente - um correto português.

O erro é que: se somos brasileiros nossa língua é brasileira e devemos falar o idioma brasileiro, da mesma forma que portugueses falam português, franceses falam francês, italianos falam italiano, japoneses falam japonês e por ai vai.

Nunca vai dar certo brasileiro falar português! Primeiro porque não sentimos como nossa língua, a língua que falamos, e sim de outro, o estrangeiro (no caso o português), o que acredito, sedimenta o sentimento de usurpação, dos primórdios da colonização. Segundo porque o idioma português não é o idioma brasileiro, que tem “dialetos” diferentes no País, devido às suas características regionais. Terceiro porque importamos palavras de diferentes países, mas com grande destaque para o inglês, haja vista os delivery, off , trade, edge etc.

Para exemplificar as diferenças do português “legítimo”, uma das mais comuns é bicha, que para nós brasileiros significa um tipo de verme ou um rótulo advindo de uma opção sexual, enquanto que para os portugueses é uma fila de espera.

Além desses exemplos temos muitos outros como o mouse para computadores, que em brasileiro foi importado do inglês (mouse mesmo) e que o português chama de rato. Além do pois sim deles que é sim, e o pois não nosso é que sim.

Aqui no Brasil, mano na Região Norte, é qualquer pessoa, amigo íntimo ou não, na Região Sudeste pode ser cara no Rio de Janeiro, amigo, ou tio em São Paulo, ocê ou criatura em Minas Gerais.

Na Região Sul, guri ou guria não é usado apenas para crianças, qualquer pessoa pode ser, enquanto muitos se tratam por meu velho, minha velha ou mãe e pai, enquanto são na verdade casais de qualquer idade, além do tchê.

Já no Nordeste se usa cabra, para certos casos, amigo para outros, e de um insignificante turista você vira Doutor, ou Doutora, por todos aqueles que lhe prestam serviços em hotéis, táxis e cabanas beira-mar.

Além desses exemplos teríamos muitos outros, adaptados à nossa brasileira forma de ser, entender e conhecer as coisas da vida, importados de ingleses, americanos, franceses, espanhóis, holandeses como também dos portugueses, africanos, além dos índios (que já viviam aqui).

Para mim é muito claro.

Enquanto essa coisa que não é nossa, mal definida, dúbia na identidade – língua portuguesa – idioma português – continuar assim, estaremos sujeitos às importações delivery, gerundismos e outras tão abominadas por brasileiros como atual Ministro Aldo Rebelo, o Professor Pasquale Cipro Neto e modestamente eu e, tenho certeza, muitos outros brasileiros.

“A gente pensa” pensa que a globalização se deu só no mundo dos negócios, enganamo-nos. A globalização envolveu também os idiomas pátrios, daí as importações grotescas tipo disk isso, disk aquilo, que nem os estrangeiros sabem o que é. Só enfraquecemos nosso próprio idioma e com a forma de expressão nosso patriotismo.

Por este motivo, aliás, o inglês é apenas umas das diversas línguas que devemos saber hoje, como espanhol, francês, chinês e tantas outras que interessam ao nosso País.

Já pararam para pensar? Se começamos a adaptar ou importar expressões chinesas? Um exemplo: ma em mandarim - que é o idioma predominante chinês e que possui muitos dialetos – dependendo do tom que você fala pode significar “cânhamo”, “mãe” ou “cavalo”....

É imperioso e necessário que se crie já, a consciência da língua brasileira, do idioma brasileiro caso contrário “estaremos importando uma língua, que seremos obrigados a falar assim: vou estar telefonando para algum planeta, para estar solicitando uma pizza delivery, pelo disk-pizza”, ou ainda “caso contrário me inclua fora dessa”, ou então “between, between my well”, este último em out-doors de escolas de inglês...

Ou então “esse filé dá satisfeitamente pra duas pessoas comê”. Já aconteceu comigo, quando a trabalho por esse “brasilzão”, já ouviram isso?

Deixo de falar do tupi-guarani e outras línguas ou dialetos indígenas, porque os considero brasileiros, assim como se lê em capas de dicionários: ...Dicionário da língua brasileira...

Um último alerta, os moçambicanos não se sentem portugueses, os angolanos não se sentem portugueses, os nascidos em São Tomé e Príncipe, Macau, da mesma forma que os brasileiros não se sentem portugueses, e isso não é entrave para os progressos da CPLP.

Alô, Alô, Marciano, aqui quem fala é a terra....
...até a próxima!!!!!!!